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terça-feira, 31 de julho de 2007

(MAIS) UM RUDE GOLPE NA NATUREZA

Incompreensivelmente, e após tanta campanha de sensibilização realizada pelas mais diversas entidades, ainda existe quem, por ficar insatisfeito com a resposta do patrão, se vingue na natureza. A maior catástrofe ecológica de que há memória nas ilhas Canárias (Espanha), está a acontecer, neste preciso momento, devido a um acto tresloucado de um guarda-florestal que, por não lhe ter sido renovado o contrato de trabalho, decidiu atear um incêndio que já destruiu, desde sexta-feira passada, uma área superior a 24 mil hectares de floresta e desalojou mais de 6000 pessoas.
As consequências reais só poderão ser apuradas a final, como é lógico, mas os primeiros números, apontam para a destruição de cerca de 65% do centro do Parque Zoológico e Botânico de Palmitos Park, situado da zona de Fataga, província de San Bartolomé de Tirajana (Tunte) da ilha maior daquele arquipélago.
São atitudes que a justiça dos homens, por mais anos que obrigue aquele indivíduo a passar na prisão, nunca conseguirá apagar da memória daquelas pessoas os momentos de angústia e desespero passados, provocados pela irreflexão e a revolta.
Esperemos que a moda não pegue porque, a ser assim, num país como o nosso onde os patrões andam em luta constante com os trabalhadores, não faltariam motivos para incendiar Portugal.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

CABEÇAS DE VENTO


Por uma larga maioria (65%) venceu o "sim" à instalação de um parque eólico na Serra da Atalhada. Significa que, apesar de ter havido alguma abstenção, as pessoas que por aqui passaram e deixaram o seu contributo, concordam com a instalação daquela infra-estrutura, numa altura em que se apela a um consumo racional de energia e se procuram alternativas aos combustíveis fósseis.
O processo de aproveitamento eólico para gerar energia eléctrica através da instalação de geradores naquela elevação, remonta ao ano de 1996, altura em que foi estabelecido um acordo de parceria com uma empresa do ramo. Desde então, o processo têm-se arrastado sem que algo prático tenha surgido.
Será que a necessidade de utilizar o vento para benefício da comunidade do nosso concelho parou quando a farinha começou a ser obtida através de outros processos que não o moinho de vento ou será que, à semelhança do que está a acontecer com a instalação de relvado sintético, ainda não decidiram em qual das serras é que aqueles geradores de energia deverão ser instalados?
Por este andar, ainda hão-de vir outros municípios arrendar a Serra da Atalhada para produzir energia eléctrica. Digo isto porque aqueles que nos são limítrofes já instalaram os seus, excepto Vila Nova de Poiares que deve estar à espera que os daqui se decidam, para depois avançar em força, como de costume.

domingo, 29 de julho de 2007

ATLETAS DO NOSSO CONTENTAMENTO


Já não nos espanta ver a nossa bandeira ser içada no mastro central do pódio olímpico. Primeiro com Carlos Lopes em Los Angeles no ano de 1984 e depois com Rosa Mota em Seul no ano de 1988. Hoje, e no rescaldo do Triatlo de Penacova, a nossa recordista nacional da modalidade, Vanessa Fernandes, filha do ciclista português vencedor a Volta a Portugal de 1984, Venceslau Fernandes, poderá ser a próxima atleta a experimentar aquela sensação ao ter conseguido o apuramento para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, com a vitória obtida na Taça do Mundo de Triatlo de Salford em Inglaterra. A sua presença na prova rainha vai aumentar a esperança dos portugueses em ouvirem, uma vez mais, "A Portuguesa" a ser entoada por todos os que sentem esta ditosa pátria, estejam onde e como estiverem, e a emocionar aqueles que sempre acreditaram nas capacidades da tetracampeã europeia de triatlo e campeã do mundo de duatlo que só nesta época somou já o seu quarto triunfo, após as vitórias em Ishigaki (Japão), Lisboa e Madrid, a juntar às suas 17 vitórias em provas da Taça do Mundo.

Parabéns Vanessa que sigas em frente até à meta.

sábado, 28 de julho de 2007

TÍMIDO INCENTIVO


Com o objectivo de incentivar a diminuição do consumo energético e consequente diminuição das emissões de CO2, a E.D.P. lançou um programa de acção para a promoção da eficiência no consumo de energia disponibilizando-se para oferecer às famílias portuguesas um total de 500 mil lâmpadas. Segundo um responsável daquela empresa, tal iniciativa, «vai permitir às pessoas experimentar os benefícios de ter lâmpadas eficientes».
É de louvar a preocupação ambiental do maior grupo português de produção energia eléctrica, até porque é o primeiro a sentir os efeitos nefastos do consumo exagerado de energia pois tem que cumprir (?) as directivas europeias e só promovendo acções deste tipo é que, aos poucos, vai incutindo no seio das famílias a necessidade de poupar. Porém e porque não há bela sem senão, a E.D.P. esquece-se de um factor deveras importante e que, na altura de decidir, acaba por pesar mais do que o respeito pelo ambiente.
O custo médio de uma lâmpada fluorescente compacta (economizadora) é de 10 euros e o de uma lâmpada incandescente convencional é de 1,50 euros. A primeira tem um tempo de vida útil de cerca de 10.000 horas e consome menos 80% de energia e a segunda não dura mais que 1000. Se uma habitação unifamiliar tem, em média, 15 lâmpadas incandescentes, para efectuar a troca de todas elas, teria que gastar cerca de 150 euros, menos 10 euros, tendo em conta que apenas era possível trocar uma única no âmbito daquela campanha de incentivo. Claro que ao fim de alguns anos a diferença de consumo e a poupança em energia é bastante significativa, acabando por justificar o investimento, mas não acho que essa seja uma prioridade de quem tem uma casa para governar e tem que contar todos os tostões até ao fim.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

ATÉ QUANDO?













Em 2004 foram detectadas várias anomalias na estrutura do pontão da "Ribeira de Valbom" que, a serem ignoradas, poderiam causar algum (grave) acidente na E.N. 110 (Estrada Verde) que liga Penacova a Coimbra. Tal degradação ter-se-á acentuado desde que, por causa da construção do IP3, o trânsito de veículos pesados, e bem carregados, se passou a fazer por aquela estrada, a ponto de atingir níveis preocupantes, sem que (aparentemente) alguém se preocupasse em fazer uma inspecção constante e adequada ao estado de conservação da mesma.
Após o escoramento (provisório) daquele pontão, que durou até 2006, as obras de recuperação e restauração do dito, cujo prazo de execução era de 180 dias e o custo total de cerca de 400 mil euros, foram entregues a uma empresa de construção civil e obras públicas, com sede em Penacova, que entretanto faliu.
Actualmente as obras encontram-se paradas, o local muito mal sinalizado e a (provável) continuação das mesmas desconhecida. É pena que a situação assim permaneça, numa altura em que o trânsito de veículos ligeiros já por ali se faz (de novo) com alguma frequência, desconhecendo-se as condições de segurança em que se encontra aquela infra-estrutura e até que ponto é aconselhável sobre ela transitar. De referir que o limite à circulação imposto a veículos com peso superior a 10 toneladas, não se aplicou aos veículos de transportes de passageiros que diariamente por ali transitam, facto que preocupará (ou não) aqueles que neles se deslocam e os responsáveis pela realização daquelas "carreiras".
O mínimo que se esperava das entidades responsáveis pela resolução daquele problema era que, ao menos, lá fosse colocado um simples "desculpe o incómodo" já que o "prometemos ser breves" não se adequava aquela situação.
Só espero que as trancas não sejam apenas colocadas depois da porta arrombada, e que depois não gritem “aqui del’rei” por nunca se terem preocupado com o estado da situação, acabando a culpa por morrer solteira, como é tão comum acontecer neste país.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

XV TRIATLO DE PENACOVA


A praia fluvial de Reconquinho é o ponto de partida para a 15ª edição do Triatlo de Penacova, disputada domingo, dia 29, a partir das 11h00, nas distâncias de 750 m de natação, 20 km de ciclismo e 6,4 km de corrida. Esta etapa do circuito nacional, é organizada pela Câmara Municipal de Penacova em parceria com a Federação Triatlo de Portugal e com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Penacova, do Centro de Saúde de Penacova, do Clube Terra e Água de Penacova, do Grupo de Escuteiros e Jovens do Concelho (de Penacova???) e com o apoio da Água das Caldas de Penacova.
Uma prova com estas características, ainda por cima com o apoio técnico directo da federação que superintende aquela modalidade, promete, à semelhança dos anos anteriores, ser mais uma edição que vem potenciar o aproveitamento dos nossos recursos naturais, tão adequados à prática deste género desporto e onde todos os que nela participam vão encontrar, por entre montes e vales, o palco ideal para transformar este desafio num espectáculo ao qual se deve assistir com verdadeiro interesse e sempre tendo em conta a nossa segurança e a dos outros.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

O HOMEM DA BARCA


Temi, tal como muitos penacovenses com quem tive oportunidade de conversar acerca do assunto, que a (nossa) Barca Serrana, símbolo incontornável de Penacova, fosse definitivamente esquecida num qualquer lugar junto ao rio, ou por desinteresse da nossa autarquia ou por terem desaparecido aqueles que a sabiam fazer e restaurar. Contudo, ainda bem que nada se passou que levasse aquela embarcação a ter o fim que eu e muitos outros previram, muito pelo contrário, tanto a barca que se encontra na rotunda junto ao IP3, como a que "passa" todo o ano dentro de água, foram exemplarmente recuperadas por um artífice do nosso concelho que pôs mãos à obra e, no seu "estaleiro", devolveu aquele ícone aos penacovenses e aos que nos visitam, para que todos possam apreciar o meio de transporte que tantas vezes subiu e desceu o Rio Mondego e que serviu durante décadas de ligação entre esta vila e as aldeias que junto ao rio foram sendo edificadas e entre estas e a cidade de Coimbra ou da Figueira da Foz.
Agora, e como está tão vistosa e elegante, só falta levá-la a participar no "I Encontro Internacional de Embarcações Tradicionais e Exposição de Apetrechos", onde vai poder "ombrear" com dezenas de outras embarcações suas congéneres de Portugal, França e Espanha. Esse evento, decorre em Aveiro desde o dia 23 e até ao dia 29 deste mês, e encontra-se inserido nas "Festas da Ria" daquela cidade, cujo encerramento será marcado com a já habitual, e sempre espectacular, Regata de Moliceiros.

domingo, 22 de julho de 2007

IBÉRIA - JANGADA DE PEDRA

Em 1986, José Saramago lança um dos seus romances mais conhecidos. Com "A Jangada de Pedra", o galardoado escritor "obriga" os dois Estados Ibéricos a coabitarem politica e socialmente e a fortificarem os seus laços de sangue, pois a Península tinha-se separado do resto da Europa, ficando à deriva no imenso Atlântico, não restando por isso, qualquer outra possibilidade, senão a coexistência pacífica.
Na sua mais recente visita a Espanha, O Nobel da Literatura insiste na ideia de que Portugal e Espanha se devem integrar num único país a que se deve dar o nome de Ibéria. Claro que a ideia não é nova, tem até séculos de existência e, lá no seu intímo, a nossa vizinha Espanha, sonha com essa união e não consegue "engolir" aquilo a que chama de "erro histórico". Até Mário Soares, em tempos, fez uma abordagem à realidade da Península Ibérica (Ibéria como lhe chamou) no contexto europeu.
As declarações de Saramago, provocaram, como não podia deixar de ser, as mais diversas reacções, levando até Manuel Alegre a exigir um pedido de desculpas ao povo português.
Seja como for, e segundo a opinião de alguns comentadores dos mais destacados meios de comunicação social europeus, "qualquer tentativa de unir Portugal e Espanha, é motivo de contestação" por parte dos lusitanos.
Quanto a mim, acho muito bem que os "nuestros hermanos" se mantenham "para lá das silvas", não que eu tenha algo de pessoal contra eles, mas só pelo simples facto de assim sempre ter sido.
Apenas me custa aceitar o superior nível de vida que eles têm em relação ao nosso e que, pelo andar da carruagem, vão continuar a tê-lo durante muitos mais anos, daí que, de vez em quando e com cada vez mais frequência, o povo português se detenha a imaginar essa (possível) realidade .

ICENTIVO À NATALIDADE

A propósito do envelhecimento da população, num dos meus zappings pela blogosfera, encontrei aqui uma opinião com a qual simpatizei. Às vezes, somos levados a pensar em problemas que não existem, pelo menos com a gravidade com que nos são, muitas das vezes, apresentados.

sábado, 21 de julho de 2007

PEQUENAS COISAS, GRANDES CONSEQUÊNCIAS...


Por incrível que pareça, não conhecia a localidade de "Gondolim" mas, na verdade, fiquei com a ideia de que a freguesia de Penacova, tinha ganho mais uma localidade, a julgar pelo nome inscrito na placa que indica a direcção a tomar para aquele lugar.
Preocupei-me em verificar, se de facto não se tratava de um lapso de quem encomendou, pagou e, ainda por cima, autorizou que, mesmo assim, fosse colocado aquele nome a indicar o caminho a tomar para aquela aldeia.
Ninguém me soube dizer se realmente se tratava de um lapso ou se o concelho de Penacova tinha realmente descoberto, ou inventado, uma nova localidade, daí poder concluir que alguém se tinha enganado na elaboração da placa e que, em vez de "Gondelim", escreveu "Gondolim".
Não pretendo, de modo algum, criticar a pessoa que teve o cuidado de fazer as coisas como lhe mandaram, critico sim quem mandou fazer e, ainda por cima, não teve o cuidado de mandar rectificar o que estava mal feito, permitindo que aquela placa fosse colocada naquele sítio sem que, ao menos, tivesse a preocupação de mandar corrigir o lapso, para que não restassem dúvidas acerca do verdadeiro nome daquela localidade.
Não me canso de dizer que, um concelho para ser considerado turisticamente viável, não se pode dar ao luxo de fazer as coisas em cima do joelho. Quem dirige, necessita de ter coerência nas tomadas de decisão, certeza nas orientações a tomar e, acima de tudo, preocupação em fazer as coisas com competência e lucidez. Se assim for, podemos pensar em ser um destino turístico para um sem número de pessoas, caso contrário, não passamos da cepa torta e continuamos a marcar passo vendo os outros evoluir sem muitas das vezes percebermos porquê.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O ESTADO DA NAÇÃO (ANTES E AGORA)

Aníbal Cavaco Silva, enquanto 1º ministro da maioria Social Democrata em 01 de Julho de 1993, respondeu como soube e defendeu como pôde, às perguntas da então oposição liderada pelo Partido Socialista.
As posições tomadas e as declarações prestadas por aquele 1º ministro, são tão semelhantes às que o actual chefe do executivo tomou e defendeu no debate parlamentar que hoje teve lugar na (nossa) Assembleia da Republica que, se eu não as tivesse lido, não teria acreditado. Vejamos então o que Cavaco Silva disse na altura:
«Estamos conscientes das enormes dificuldades que se nos deparam. Como alertámos na campanha eleitoral, o momento que se vive não é para facilidades. Sabemos bem, e o povo português também o sabe, que iremos governar Portugal no quadro de uma envolvente internacional bem complexa e cheia de interrogações. A intensidade da crise económica foi-se revelando progressivamente mais grave, o que gerou sucessivos ajustamentos de previsões por parte das instâncias internacionais. O Governo tomou medidas adequadas às circunstâncias tendo presente o quadro de interdependências em que nos inserimos. Estou convencido de que as dificuldades actuais podem ser vencidas com inteligência, determinação e firmeza de propósitos. A continuidade do desenvolvimento passa, antes de mais, por um espírito positivo acerca das nossas capacidades e pela criatividade, pela inovação e pelo dinamismo das empresas portuguesas. Ao Estado compete, fundamentalmente, fixar o quadro estável e seguro onde essa criatividade, essa inovação e esse dinamismo se possam manifestar e expressar cabalmente. É nas épocas de grande turbulência e de grande perturbação, quando alguns perdem o discernimento e outros perdem até a cabeça, que é mais importante manter uma direcção segura e mobilizar as melhores energias nacionais...
...o Governo traçou uma linha de rumo adequada para a política económica, assente em quatro grandes orientações, e cuja materialização implica uma consciência plena dos agentes económicos e sociais sobre aquilo que está hoje em causa no Portugal europeu...

Disciplina financeira e a contenção orçamental, sobretudo o controlo das despesas correntes do Estado...
Estabilidade cambial e o combate à inflação...

prosseguimento das reformas estruturais...

Abertura ao diálogo, o estímulo à concertação social, o reforço da solidariedade e o combate à exclusão social. Este ano não foi possível atingir um acordo entre os parceiros sociais que fixasse uma norma salarial aceitável, mas o Governo assumiu a responsabilidade de sugerir a moderação salarial, com vista à defesa do emprego e ao reforço da competitividade das empresas portugueses...»

As sucessivas interpelações de que foi alvo por parte da oposição foram, como de costume, recheadas de momentos carregados de emoção onde cada um condenou a actuação do executivo de então. Agora que as posições se inverteram, o discurso continua a ser o mesmo e, como é bom de ver, as coisas que pediam na altura ao povo português, são as mesmas que pedem actualmente, portanto, no parlamento nada de novo...

Todo o debate e as perguntas e respostas dele decorrentes, podem ser lidas, na sua totalidade, aqui.

SE OS DOENTES NÃO VÃO AO CENTRO DE SAÚDE...

Há pouco mais de dois anos, foi criado em Mortágua um serviço móvel de saúde vocacionado para a prestação de cuidados de prevenção, vigilância e cuidados primários de saúde. Desde então, foram já realizadas cerca de 20.000 consultas, na sua maior parte em pessoas idosas e com menor facilidade em aceder ao centro de saúde daquela vila.
Numa altura em que todos contestam e lamentam o fecho das unidades de saúde, vaticinando os piores cenários para as populações que ficam privadas de tais serviços, outros há que, bem perto de nós, e em estreita colaboração com as instituições mais vocacionadas para acções dessa natureza, procuram chegar aos mais vulneráveis com o objectivo de, através dessa iniciativa, minimizar os efeitos nefastos do encerramento de tais unidades.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A RUA DOS P's

Em Penacova, como em qualquer outra localidade, as ruas conhecem-se pelos nomes, uns mais adequados que outros, é certo, mas quase todos associados a algum facto ou a alguém que, pela sua importância, mereceu tal atenção. Porém, como penacovense, nunca tive conhecimento que algum edil se lembrasse de colocar uma placa toponímica que indicasse o início e o fim da Rua dos P’s.
Para os menos esclarecidos a citada rua começa na casa de um (ex) Pedoda, passando pela casa de um Peneira (Silvério Latoeiro), continua por ali acima e passa pela casa dos Pais, dos Palmiras, dos Patos, dos Pensos, dos Padolas, dos Pintores, dos Palinhos, dos Panchos, dos Pintos, dos Parentes, terminando na casa dos Parrós.
Sem dúvida uma rua profusamente composta por famílias cujas alcunhas começam por P e que, por tal facto, além do nome que lhe foi, administrativamente, atribuído merecia essa referência.
Pode ser que apareça por aí um candidato mais atento a estas coisas da nossa terra, que se lembre de fazer referência a essa singularidade.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

MANUAIS ESCOLARES REUTILIZÁVEIS

"...Com a publicação da Lei n.º 47/2006, de 28 de Agosto, aprovada pela Assembleia da República na sequência de proposta de lei apresentada pelo Governo, satisfez-se o compromisso assumido no Programa do XVII Governo Constitucional de lançamento de um sistema de avaliação e certificação de manuais escolares com a finalidade de garantir que cumprem de forma adequada a sua função e de proporcionar novas formas de utilização que sejam mais racionais e menos dispendiosas para as famílias.
Esse compromisso fundamentou-se no reconhecimento de que os manuais escolares, apesar da prevalência de uma cultura pedagógica que preconiza a produção e adaptação dos materiais de ensino diferenciados que possam responder à singularidade de cada escola, de cada turma ou mesmo de cada aluno, e da mais recente difusão de recursos didácticos complementares em novos suportes ou por novos meios, continuam a ser na prática instituída um instrumento fundamental do ensino e da aprendizagem. Baseou-se, do mesmo modo, esse compromisso no entendimento de que a retracção da intervenção reguladora do Estado, propiciando a proliferação de manuais escolares, impediu a realização de um trabalho rigoroso de avaliação e conduziu à reprodução de formas pouco razoáveis de utilização, prejudicando de facto a igualdade de oportunidades. Os manuais tornaram-se objectos descartáveis, porque efectivamente impossíveis de reutilizar, mas ao mesmo tempo dispendiosos, representando um encargo significativo para as famílias, em particular para as de menores recursos, que a comparticipação financeira do Estado e das autarquias locais tem procurado minorar, mas nem sempre tem permitido compensar cabalmente..."

IRRESISTIBILIDADE PLAGIANTE

Houve alguém, que a propósito de uma reacção minha a um plágio feito pelo mouramorta.blogspot.com a um artigo do entr'outras coisas, fez um comentário que, por ser tão sincero, tão consciente, tão urbano e tão objectivo, não resisti a partilhá-lo convosco.

Sou totalmente contra todo o tipo de má educação, daí que não possa ficar indiferente tanto às palavras escritas pelo senhor anónimo como senhor Anselmo que acabam por se resumir ao mesmo uma total falta de respeito pelos outros além de se sentirem donos da justiça, podendo desta forma julgar os outros.
Acho mal que o blog tenha escrito sem dizer de onde era proveniente a fonte, pese embora o facto de existir uma hiperligação, facto sobre o qual alguns cibernautas não têm conhecimento.
Vamos pensar que são estas as poucas ferramentas que as nossas pessoas no estrangeiro têm para estar em contacto diário com a sua terra com as suas gentes e com o que lá se passa. Se calhar já pensaram que quem escreveu no blog da Moura Morta não escreveu a fonte por esquecimento, ou o Senhor Pedro Viseu quando escreveu o comentário fê-lo em forma de desabafo.
Centrem-se no que é importante, façam isso por vocês e por nós, obrigado.

João S. Campos

terça-feira, 17 de julho de 2007

segunda-feira, 16 de julho de 2007

DEMOCRACIA PODRE

As eleições autárquicas para a Câmara de Lisboa do passado domingo só vieram demonstrar, mais uma vez, que as pessoas estão cada vez mais afastadas dos partidos políticos e dos seus representantes.
Sem surpresas, o Partido Socialista foi o mais votado e, com (bastante) surpresa, o Partido Social-democrata foi o que teve os piores resultados de sempre, situação nada condizente com a sua posição de maior partido da oposição.
Os eleitores estão fartos de políticas sujas e de políticos incompetentes que apenas olham para o poder como forma de obter benefícios para si e para os que com eles andam em campanha eleitoral. Por essa via, apenas a força política mais bem organizada, com maior capacidade de mobilização dos seus militantes e com maior proximidade com o poder instalado é que melhores resultados obtém nas eleições a que concorrer.
De qualquer maneira, quem saiu, mais uma vez, vitoriosa deste acto eleitoral foi a abstenção, atingindo os quase 63% dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais. A este ritmo, qualquer dia não são necessárias eleições e os nossos governantes são escolhidos e eleitos por um grupo de notáveis a quem o país (ou parte dele) delegou essas competências por ser impossível eleger quem quer que seja através do sufrágio universal.
Só não compreendo porque motivo é que as pessoas, em vez de se absterem de decidir, não optam por votar em branco. Assim, mantinham saudável a democracia, não permitindo que outros decidissem por eles, e não corriam o risco de ficarem insatisfeitos com as decisões dos eleitos, legitimando as suas críticas por as políticas levadas a cabo pelos sucessivos governos não corresponderem às suas expectativas. Mais importante ainda, respeitavam a memória daqueles que deram a vida na luta pelo direito ao voto, quando votar era privilégio só de alguns e para alguns.
Não me espantaria, portanto, que daqui a uns tempos, votar fosse obrigatório e que, quem não o fizesse, perderia parte dos direitos que adquiriu em democracia, por não contribuir para a sustentabilidade (continuidade) do sistema em que o "governo é do povo, pelo povo e para o povo" e que só sobrevive com o voto.

domingo, 15 de julho de 2007

QUANDO O MUNDO ERA SÓ DE DOIS

O Tratado de Tordesilhas, foi assinado entre Portugal e Espanha no ano de 1492 e encontra-se exposto, desde a passada quinta-feira, na Torre do Tombo, em Lisboa.

Imagine como seria quando o mundo era só de dois.
Quando estavam zangados, ia cada um para o seu lado do mundo;
Quando faziam as pazes, cada um ficava no seu lado sem incomodar o outro e, algumas vezes, visitavam-se mutuamente;
Dificilmente se cruzavam por ser demasiado grande o lado de cada um;
Quando pretendiam comunicar entre si, bastava apenas “irem ao outro mundo” ou “ao mundo ali ao lado”;
Quando avistavam alguém, não era difícil identificar quem era. Ou era deste ou do outro mundo;
As mulheres deste mundo, levavam os homens até ao outro e vice-versa;
Quando queriam viajar só havia uma dúvida, ficar neste ou ir para o outro mundo;
Quando estavam muito calados, os monarcas "estavam no seu mundo";
Era fácil e compreensível que se usasse com frequência a expressão "vai para o outro mundo";
A expressão "almas do outro mundo" terá surgido na vigência daquele tratado, pois, quando lutavam entre si, os deste mundo diziam "vêm aí os do outro lado, que as suas almas vão para o outro mundo".

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O SENHOR QUE SE SEGUE

A vida do Partido Socialista de Penacova não está nada fácil, compreende-se...
Há dois meses, o histórico Ralha Ribeiro foi forçado a pedir a suspensão do mandato, como vereador do P.S., por motivos de saúde. Na passada segunda-feira, Álvaro Manaia Pinheiro, cabeça de lista pelo P.S. de Penacova nas últimas eleições autárquicas, viu o seu mandato interrompido, por ter falhado a entrega da exigida declaração de rendimentos.
Sopram ventos de tempestade para os lados de Santo António, em tão pouco tempo o P.S. perde dois valiosos opositores à maioria, não morreram claro, que durem muitos anos e que eu cá esteja para ver.
A partir de agora, o Partido Social Democrata viaja em velocidade cruzeiro até às próximas eleições sem voltar a temer, as constantes e tempestuosas interferências que aqueles "saudáveis" opositores faziam em defesa dos interesses do concelho.
Mas, nem tudo é mau como disse Álvaro Pinheiro ao Diário de Coimbra de hoje: "a rotação entre elementos da lista, estava prevista desde o início do mandato".
Nada mais natural portanto. Só resta saber quem irá substituir tão ilustres vereadores.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A PRIMEIRA (GRANDE) FEIRA


Finalmente as empresas do concelho de Penacova vão ter oportunidade de se darem a conhecer na 1ª Feira de Actividades Económicas do Concelho de Penacova, que vai ter lugar em São Pedro de Alva, de 13 a 17 de Julho, no espaço onde habitualmente se realiza a feira daquela localidade.
É bom saber que existem autarcas empreendedores, capazes de pôr mãos à obra para conseguirem realizar eventos que beneficiam, não só a freguesia onde exercem o seu mandato, mas também o concelho a que pertencem. Só não percebo o motivo pelo qual tão importante certame não foi concretizado pelo executivo da nossa autarquia, com o apoio de todos as juntas de freguesia do concelho, tanto mais que, porventura, existiriam mais e melhores espaços para acolher as empresas do concelho. Digo isto porque, normalmente, um evento com estas características tem o envolvimento directo do executivo e não é delegado em juntas de freguesia mas em colaboração com elas, não que as juntas de freguesias e muito especialmente o Luís Miguel Adelino, pessoa por quem tenho grande estima, não tenham capacidade para realizar uma exposição daquela natureza, muito pelo contrário.
O que pretendo dizer é que, quem eventualmente fará falta ao executivo de Maurício Marques é uma pessoa como o Presidente da Junta da Freguesia de São Pedro de Alva, capaz de levar por diante um projecto com aquela dimensão num concelho onde nunca teve lugar algo semelhante, apenas contando com o apoio monetário da Câmara Municipal de Penacova, o que prova apenas que “a gestão do município está bem entregue, mas um bocadinho de arrojo não faz mal a ninguém” segundo palavras do próprio, em entrevista ao Jornal de Penacova deste mês.
Com tais declarações pouco mais há dizer sobre a falta de empreendorismo que caracteriza o nosso executivo e que se reflecte em tudo o resto que se passa no nosso concelho.
De qualquer maneira, felicito o Luís Adelino e toda a sua equipa, bem como todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para que este acontecimento fosse uma realidade, fazendo votos para que seja um sucesso e para que se repita por muitos anos, com cada vez mais participantes e com envolvimento directo da nossa autarquia para assim ficarmos a saber, para o bem e para o mal, quem foram os responsáveis pela organização de tal iniciativa.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O REAPARECIMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E BENEFICIÊNCIA PÚBLICA

1899 – Dr. Ricardo Jorge inicia a Organização dos “Serviços de Saúde e Beneficiência Pública”.
1901 – Regulamentada a Organização.
1903 – Entrada em vigor dos “Serviços de Saúde e Beneficiência Pública” apenas para assistência aos pobres, uma vez que os restantes tinham um serviço de saúde privado.
1946 – Com a Lei nº 2011 de 2 de Abril é estabelecida a organização dos serviços prestadores de cuidados de saúde então existentes (Hospitais das Misericórdias, Estatais, Serviços Médico Sociais, de Saúde Pública e Privados).
1971 – Com a “Reforma de Gonçalves Ferreira” surge o primeiro S.N.S., cabendo ao Estado, através de uma política unitária de saúde, assegurar o direito à saúde de todos os portugueses.
1974 – Criação do Serviço Nacional de Saúde, através do qual o Estado assegura a todos os cidadãos o direito à saúde, através da promoção, prevenção e vigilância.
1976 - Com o “Despacho Arnaut”, os postos da Previdência Social (mais tarde Segurança Social) ficam acessíveis a todos os cidadãos independentemente da sua capacidade contributiva.
1993 – Aprovada a nova Lei Orgânica do Ministério da Justiça.
1999 – Estabelecido o regime dos Sistemas Locais de Saúde.
2002 – Aprovação do novo regime de gestão hospitalar como profundas modificações na Lei de Bases da Saúde, que prevê, entre outros, o novo modelo de gestão empresarial dos estabelecimentos hospitalares.

Não é difícil concluir que, com as reformas em curso do S.N.S., daqui a algum tempo, será necessário reabilitar os “Serviços de Saúde e Beneficiência Pública” apenas para assistência aos pobres, uma vez que, tal como aconteceu até 1903, os restantes têm um serviço de saúde privado.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

IMAGINE II



Tal como vos disse há dias, a propósito da conversa que teria com um conhecido meu sobre a possível construção de mais uma unidade hoteleira em Penacova, tenho a comunicar-vos que, pela parte dele, foi muito bem acolhida a ideia de construir tal empreendimento. Claro que as dimensões não são por aí além, pois espaço disponível não é muito e as economias não chegam para construir algo mais arrojado, tanto mais que as instituições bancárias ainda não abundam por estes lados e, mesmo que assim fosse, não estariam ainda tão disponíveis para conceder facilmente um crédito.
De qualquer maneira, apresento-vos em primeira-mão a maquete da "Pensão Viseu" a construir, como previsto, um pouco acima do coreto. Tal maquete, estará patente, para que todos possam apreciar e discutir este novo projecto, no átrio dos paços do concelho.
Com esta mais valia, Penacova terá mais camas para oferecer aos turistas que para cá pretenderem vir em busca da pureza do ar e das águas. Só espero que, daqui a uns anos, a pressão imobiliária não "deite abaixo" esta obra e a substitua por uma “mamarracho” qualquer, não para servir os turistas, mas para servir outros clientes que não queiram por cá ficar.
Tomara que a consciência daqueles que na altura governarem os destinos de Penacova, esteja sensibilizada para a preservação do património imobiliário e não permita que, a troco de alguns milhares, os particulares ousem dispor de um bem que, em teoria, pertence a todos os que vivem nesta vila.

domingo, 8 de julho de 2007

QUANTO MAIS PRIMA...

Se Telmo Correia nunca tivesse aceite ser cabeça de lista pelo CDS/PP à Câmara de Lisboa, nunca teria tido a oportunidade de conhecer, ou reencontrar, uma sua prima que ele próprio desconhecia. Contudo, ao ser chamado de “primo” por aquela nova familiar, o homem não se acanhou e retribuiu-lhe o cumprimento, chamando-lhe igualmente “prima”.
É giro e reconfortante saber que estas coisas da campanha eleitoral trazem (agradáveis) surpresas àqueles que dão as duas faces da cara pela sua candidatura e que desatam aos beijos a todas as pessoas que com eles se cruzam. Só prova que, no caso de Telmo, a lição do “Paulinho das Feiras”, foi bem assimilada, apenas com uma ligeira diferença. No caso do Paulinho, não se consta que ele tenha arranjado um nova prima, consta-se sim que que irá andar várias primaveras a contas com a justiça.

MATAR COM A CURA

Na tentativa de sensibilizar os líderes mundiais para o problema do aquecimento global, os nomes mais sonantes do panorama musical do mundo participaram na edição do “Live Earth” que ontem terminou às 00.00, depois de ter ocorrido em várias cidades capitais do mundo, incluindo Lisboa. Contas feitas, parece que tal iniciativa contribuiu ainda mais para o aumento do efeito estufa porque, segundo os especialistas na matéria, produziu três mil vezes mais dióxido de carbono que a quota média de um cidadão britânico.
Parece que os promotores do evento não estavam à espera que os jornalistas ingleses desvendassem um segredo que, muito provavelmente, já todos conheciam só que nunca tinham pensado friamente nisso.
Terão os cientistas que encontrar uma forma de substituir as fontes emissoras de dióxido de carbono utilizadas naqueles espectáculos ou então, nos próximos tempos, vamos ter concertos rock à luz das velas, sem dúvida mais românticos mas muito menos apelativos.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

QUANTO MAIS ME BATES...


O assunto não é novo, mas chocou-me pelos números apresentados no mais recente relatório da Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género. Segundo o estudo apresentado por aquele organismo, os casos de violência doméstica em Portugal aumentaram cerca de 10% ao ano desde 2000, atingindo em seis anos, um acréscimo de 9433 casos denunciados.
O que eu sei, e o estudo também o denúncia, é que no ano passado 39 mulheres perderam a vida e 43 foram vitimas de agressão ou tentativa de homicídio e o que mais me incomoda, é o facto de todos os dias sabermos ou termos conhecimento de casos em que a mulher é constantemente agredida pelo marido ou, em alguns casos, até pelos próprios filhos. Todavia, como ainda continuamos a achar que “entre marido e mulher, não se mete a colher”, ficamo-nos pelo silêncio, optando por apenas comentar o resultado.
Esquecemo-nos é que também somos cúmplices, por omissão, dessas situações e desconhecemos que uma simples denúncia, às autoridades competentes, é suficiente para desencadear um procedimento criminal contra o agente do crime.
Às vezes “meter a colher” pode salvar uma vida inteira de medo e desespero e até evitar uma derradeira solução.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

MUNICIPIO REGRA (OU EXCEPÇÃO)

Uma tese de doutoramento apresentada por quem exerceu as funções de consultor, durante dois anos, na Câmara Municipal de Lisboa, resultou num furacão que assolou os paços do concelho da capital, ao tornar público o número extraordinário de funcionários que trabalham nos gabinetes e nas secretarias ou que deambulam pelos corredores daquela autarquia.
Segundo tal tese, naquele concelho, que abrange 53 freguesias, existem 300 departamentos e Divisões e 12 mil trabalhadores, portanto um rácio de 10 trabalhadores por 1000 habitantes. O quadro de chefias é composto por indivíduos com uma média de idade que se situa nos 50 anos e que faltam quase tanto ao trabalho como os subordinados (comparativamente, a nossa autarquia, que abrange 11 freguesias com cerca de 18000 habitantes, tem 8 departamentos que se subdividem em 33 divisões e um número não divulgado de trabalhadores).
O nível de escolaridade de metade dos trabalhadores é “muito baixo” o que justifica, ou ajuda a esclarecer, o recurso a serviços especializados fora da autarquia a preços exorbitantes (imagino eu).
Para justificar a deficiência dos serviços prestados pelo município, o autor do estudo revela uma divisão da cidade “completamente obsoleta”, a existência de “pequenos poderes arbitrários”, a negociação encapotada “entre os aparelhos partidários com expressão eleitoral” para atribuição de cargos de chefia e a progressão e promoção normal de funcionários, apesar da terem uma “deficiente cultura de responsabilidade e de serviço público”.
É um relatório demolidor para os que geriram aquela autarquia desde o 25 de Abril de 1974 e que apenas se limitaram a manter os funcionários que já lá estavam e a aceitarem novos sem recorrer a critérios de qualidade ou necessidade.
Será que Lisboa espelha o resto dos municípios do nosso país ou é apenas uma excepção à regra, sendo todos os outros exemplos de boa gestão?
Penso que, apesar de existirem algumas excepções, a regra é que todos eles, na devida altura, acabam por ceder à pressão da necessidade de manter os votos ou de arranjar mais alguns.
Era bom que, em cada município existisse um João Alves disposto a fazer uma tese sobre “Geografia Humana e Sociologia do Território”.

terça-feira, 3 de julho de 2007

"O OVO DE JAIME"

Afinal, a solução para a resolução dos problemas da Docapesca de Matosinhos, com um passivo de mais de 30 milhões de euros, é mais óbvia do todos pensavam e surgiu, imagine-se, quando o ministro da agricultura português, acompanhado pelo comissário europeu da saúde e segurança alimentar, lá se deslocou no âmbito do encontro com a comissão europeia, portanto, no local indicado.
Perante a indignação dos pescadores quanto à falta de discussão séria das questões que afligem as pescas, por todos fingirem que existem instituições que funcionam para apoiar os pescadores e por a União Europeia nada ter trazido que beneficiasse o sector, Jaime Silva, com a sua habitual parcimónia, respondeu muito simplesmente a um dos desalentados pescadores que “se quiser, peça para sair da União Europeia”. Ora aí está uma resposta vinda de quem está dentro do assunto, com perfeito conhecimento da forma com as coisas funcionam e que, ao ser posta em prática, vai com toda a certeza resolver os problemas do sector das pescas em Portugal, que tanto tem perdido para os parceiros europeus, em especial para a Espanha.
Sem dúvida o “Ovo de Jaime”.

E PORQUE NÃO?

“Educai as crianças e não será preciso castigar os adultos.”


Pitágoras

segunda-feira, 2 de julho de 2007

FORJA: PATRIMÓNIO ESQUECIDO (REVISITADO)


A história de cada terra e das suas gentes está indissociavelmente ligada às artes e ofícios que antigamente, e na falta de hipermercados, cada um levava a cabo, para contento dos que não se podiam deslocar para fora da sua terra. No nosso caso, é-nos familiar o barqueiro, do qual ainda vamos tendo algumas (pobres) referências, do sapateiro, do moleiro, do alfaiate e de tantos outros que podia referir e que, ainda hoje, continuam a laborar.
Penacova têm-se destacado na protecção e recuperação dos seus moinhos que, indubitavelmente, merecem o nosso maior carinho. Contudo, não nos podemos esquecer que outras actividades deixaram, até aos dias de hoje, os seus sinais e que, num caso ou noutro, vale a pena analisar, pois poderão vir a ser um pólo de atracção turística, ou não, tanto mais que se inserem numa zona histórica, recentemente recuperada ou, em vias de o poder vir a ser.
Ao passar junto à forja que existe próximo da Costa do Frio, em Penacova, não pude deixar de reparar que a mesma se encontra à venda e, pelo que fiquei a saber, há já alguns meses, sem que nenhuma entidade tenha, aparentemente, demonstrado interesse em adquiri-la.
Será que não valeria a pena tentar recuperar um património que, além, de ser de todos, ainda pode vir a enriquecer mais ainda o nosso centro histórico e ensinar aos nossos filhos a respeitar a sua identidade, as suas raízes e o seu património?

domingo, 1 de julho de 2007

PRESIDÊNCIA EUROPEIA (PARTE III)

Sob o lema "Uma Europa forte para melhorar o mundo”, Portugal iniciou hoje, pela terceira vez, a presidência da União Europeia quando, um pouco por toda a Europa, se assiste a uma vaga de atentados terroristas. Felizmente que as autoridades britânicas impediram a ocorrência dos três atentados destes últimos dias.
Tal situação fez com que a França e a Espanha se colocassem em alerta para prevenirem a possibilidade de ocorrerem, também, atentados terroristas no seu território.
O que me preocupa é o facto de, há poucos dias, ter sido encontrado junto à fronteira de Ayamonte um veículo carregado com mais de 100 quilos de explosivos. Quem seria o destinatário não sei, só sei que se o veículo não se tivesse avariado, ninguém o detectava e só Deus sabe o destino que lhes era dado.
Com tanta tentativa frustrada, não tenho a certeza se as autoridades vão conseguir detectar e evitar todos os (eventuais) atentados que aqueles grupos terroristas pretendam levar a cabo e, com Portugal à frente da União Europeia nos 6 meses que se seguem, sobram motivos para estar preocupado, pelo simples facto de ainda não ter conseguido esquecer que Portugal foi o anfitrião da "Cimeira dos Açores" e que três dos quatro países que nela participaram, pagaram caro o facto de terem decidido o que lá decidiram.
Só espero que tudo isso nos passe ao lado, que os mais vingativos se esqueçam do apoio que o governo português de então deu aquela ofensiva e que não nos incomodem com essas terríveis tomadas de posição, deixando o nosso governo concluir o tão ambicionado Tratado de Lisboa, que Sócrates elegeu como “prioridade absoluta”.