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quinta-feira, 30 de novembro de 2006

TURQUIA: A UM "BÓSFORO" DO BARRIL DE PÓLVORA

Acerca da visita de sua santidade o papa Bento XVI e das manifestações encetadas por uma facção de muçulmanos contra a sua visita à Turquia, apraz-me dizer que apenas encaro aquela visita como uma forma de diluir as recentes afirmações proferidas por aquele representante da Igreja Católica. Contudo, não é demais frisar que as boas relações com o mundo islâmico (que se desejam urgentemente), nascem sobretudo da iniciativa que os chefes religiosos, católicos e muçulmanos, pretendam levar a cabo para arrefecer relações que, desde há muito séculos a esta parte, têm sido extremamente conflituosas. A posição dos altos representantes religiosos tem que ser temperada com muita sabedoria, perseverança e sensatez pois, ninguém melhor do que eles, sabe que os seus seguidores encaram a religião como uma filosofia de vida e, qualquer frase menos clara, desencadeia uma série de comportamentos perigosos para toda a sociedade.
Não fosse Abel e Caim, nada disto teria acontecido e ainda vivíamos em franca harmonia. Não fosse a Eva a convencer Adão a comer a maçã, vivíamos eternamente jovens, sem doenças nem desgostos.
Digo até em boa verdade que, se a religião é um problema, uma infecção sem antídoto ou uma doença sem cura, então acabe-se com a religião.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

PERIGO À ESPREITA I


Há poucos dias, não muito longe de nós, ocorreu um grave acidente num dos locais comerciais da nossa terra. Crianças eufóricas, por vezes desatentas, ousadas e destemidas, brincam muitas vezes em locais que, aparentemente inofensivos, escondem perigos eminentes, que lhes podem causar lesões irreversíveis.
Claro que o acidente não acontece só às crianças, nem ocorre só em locais onde aparentemente não tem motivos para acontecer. Porém, existem outros onde o perigo está à vista de toda a gente e, por incúria de quem deve salvaguardar a segurança das pessoas, permanece sem que exista a preocupação de, pelo menos sinalizar o local a fim de evitar que o acidente aconteça. Até um dia....
O local identificado na foto, situa-se na Costa do Frio, nas traseiras da casa de um autarca do nosso município, e garanto-vos que o tombo é grande.

sábado, 25 de novembro de 2006

O MERCADO MUNICIPAL


O mercado municipal, tal como o conheço, apenas sofreu obras de remodelação há mais de 20 anos. Desde aí, tem sido alvo de algumas intervenções pontuais, de forma a lavar-lhe a cara e tornar mais agradável a permanência das pessoas que, ou por ali passam ou lá têm que estar. A filosofia subjacente ao aparecimento deste e de outros mercados municipais, insere-se no espírito de que as pessoas necessitavam de um espaço agradável onde pudessem adquirir produtos frescos, fosse do pequeno agricultor, que trazia o produto das suas culturas, fosse do médio vendedor, que percorria os vários mercados da região, pretendendo-se ao mesmo tempo, criar alternativas ao comércio local, e dinamizar as diversas actividades ligadas a ele. A evolução natural das coisas e o aumento das exigências com a higiene daquilo que se pretende consumir bem como com a segurança e salubridade do espaço que se visita, também se verificou o que, por arrastamento, fez aumentar a dimensão do negócio (hoje, raramente se vê uma avó a vender de porta em porta, a hortaliça ou a fruta do seu quintal, a galinha ou o coelho da sua capoeira). Infelizmente o nosso mercado não acompanhou toda essa mudança e teima em manter alguns aspectos que hoje já não se podem admitir. O exemplo das acessibilidades é o que mais incomoda aqueles que têm necessidade de lá se deslocar. Mantém-se a mesma entrada que existia há 50 anos atrás e o espaço interior, onde supostamente as pessoas haviam de passar, está ocupado, quase em permanência, com as viaturas daqueles a quem dá mais jeito. Enfim, por este andar e partindo do princípio que, quase tudo nesta terra anda a passo de caracol, ainda vamos, durante muitos anos, ver imagens iguais aquela que a fotografia nos documenta.

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

CASA DO POVO: QUE FUNÇÃO?

As casas do Povo foram inicialmente estruturadas como organismos corporativos primários de cooperação social e organização profissional não diferenciada, implantadas no meio rural, passando posteriormente a funcionar como instituições de previdência social. Com a sua criação, procurava-se obter uma grande acção de fomento do desenvolvimento local através do estudo e defesa dos interesses morais, económicos e sociais, sendo por isso um centro de convívio e cooperação da gente rural.
Lembro-me perfeitamente, daquilo que, há cerca de 25 anos, aquela instituição oferecia às gentes da nossa terra. Desde o atletismo à pesca, passando pelo cinema, pelo teatro, pelos bailes de finalistas e até pelas deliciosas matinés de domingo à tarde. Era, naquela altura, um espaço nobre desta vila, com condições que não existiam em mais lado algum, propícias à realização de todo o tipo de eventos e com o beneplácito da tutela, porque a palavra de ordem era "aculturar" os mais afastados dos grandes centros o que, sem dúvida nenhuma, foi conseguido durante algum tempo. Hoje, quando passo por aquele imponente edifício, lembro-me dos bons momentos passados naquela instituição. Lembro-me sobretudo dos equipamentos que os atletas usavam. Camisola de alças, azul e branca, com um teimoso emblema em plástico, preso por molas, que volta e meia se lembrava de cair. Lembro-me das enormes prateleiras que, orgulhosamente, ostentavam os feitos conseguidos, dentro e fora do país, pela secção de pesca desportiva. Lembro-me também dos treinos de basquete que, com alguma regularidade e com grande capacidade de improviso, se faziam naquele salão e, "the last but not the least", do imperdível cinema das sextas feiras.
Enfim, as memórias já são muitas e, para pena minha, não passam disso mesmo. Penacova reclama (e sofre) por um local onde seja possível realizar eventos dessa natureza. Bem aproveitado, aquele edifício podia brilhar como dantes, assim pensem aqueles que, neste momento, conduzem os destinos daquela instituição, porque, à falta de melhor, aquele serve perfeitamente.