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quinta-feira, 23 de novembro de 2006

CASA DO POVO: QUE FUNÇÃO?

As casas do Povo foram inicialmente estruturadas como organismos corporativos primários de cooperação social e organização profissional não diferenciada, implantadas no meio rural, passando posteriormente a funcionar como instituições de previdência social. Com a sua criação, procurava-se obter uma grande acção de fomento do desenvolvimento local através do estudo e defesa dos interesses morais, económicos e sociais, sendo por isso um centro de convívio e cooperação da gente rural.
Lembro-me perfeitamente, daquilo que, há cerca de 25 anos, aquela instituição oferecia às gentes da nossa terra. Desde o atletismo à pesca, passando pelo cinema, pelo teatro, pelos bailes de finalistas e até pelas deliciosas matinés de domingo à tarde. Era, naquela altura, um espaço nobre desta vila, com condições que não existiam em mais lado algum, propícias à realização de todo o tipo de eventos e com o beneplácito da tutela, porque a palavra de ordem era "aculturar" os mais afastados dos grandes centros o que, sem dúvida nenhuma, foi conseguido durante algum tempo. Hoje, quando passo por aquele imponente edifício, lembro-me dos bons momentos passados naquela instituição. Lembro-me sobretudo dos equipamentos que os atletas usavam. Camisola de alças, azul e branca, com um teimoso emblema em plástico, preso por molas, que volta e meia se lembrava de cair. Lembro-me das enormes prateleiras que, orgulhosamente, ostentavam os feitos conseguidos, dentro e fora do país, pela secção de pesca desportiva. Lembro-me também dos treinos de basquete que, com alguma regularidade e com grande capacidade de improviso, se faziam naquele salão e, "the last but not the least", do imperdível cinema das sextas feiras.
Enfim, as memórias já são muitas e, para pena minha, não passam disso mesmo. Penacova reclama (e sofre) por um local onde seja possível realizar eventos dessa natureza. Bem aproveitado, aquele edifício podia brilhar como dantes, assim pensem aqueles que, neste momento, conduzem os destinos daquela instituição, porque, à falta de melhor, aquele serve perfeitamente.