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sábado, 25 de novembro de 2006

O MERCADO MUNICIPAL


O mercado municipal, tal como o conheço, apenas sofreu obras de remodelação há mais de 20 anos. Desde aí, tem sido alvo de algumas intervenções pontuais, de forma a lavar-lhe a cara e tornar mais agradável a permanência das pessoas que, ou por ali passam ou lá têm que estar. A filosofia subjacente ao aparecimento deste e de outros mercados municipais, insere-se no espírito de que as pessoas necessitavam de um espaço agradável onde pudessem adquirir produtos frescos, fosse do pequeno agricultor, que trazia o produto das suas culturas, fosse do médio vendedor, que percorria os vários mercados da região, pretendendo-se ao mesmo tempo, criar alternativas ao comércio local, e dinamizar as diversas actividades ligadas a ele. A evolução natural das coisas e o aumento das exigências com a higiene daquilo que se pretende consumir bem como com a segurança e salubridade do espaço que se visita, também se verificou o que, por arrastamento, fez aumentar a dimensão do negócio (hoje, raramente se vê uma avó a vender de porta em porta, a hortaliça ou a fruta do seu quintal, a galinha ou o coelho da sua capoeira). Infelizmente o nosso mercado não acompanhou toda essa mudança e teima em manter alguns aspectos que hoje já não se podem admitir. O exemplo das acessibilidades é o que mais incomoda aqueles que têm necessidade de lá se deslocar. Mantém-se a mesma entrada que existia há 50 anos atrás e o espaço interior, onde supostamente as pessoas haviam de passar, está ocupado, quase em permanência, com as viaturas daqueles a quem dá mais jeito. Enfim, por este andar e partindo do princípio que, quase tudo nesta terra anda a passo de caracol, ainda vamos, durante muitos anos, ver imagens iguais aquela que a fotografia nos documenta.