Uma tese de doutoramento apresentada por quem exerceu as funções de consultor, durante dois anos, na Câmara Municipal de Lisboa, resultou num furacão que assolou os paços do concelho da capital, ao tornar público o número extraordinário de funcionários que trabalham nos gabinetes e nas secretarias ou que deambulam pelos corredores daquela autarquia.
Segundo tal tese, naquele concelho, que abrange 53 freguesias, existem 300 departamentos e Divisões e 12 mil trabalhadores, portanto um rácio de 10 trabalhadores por 1000 habitantes. O quadro de chefias é composto por indivíduos com uma média de idade que se situa nos 50 anos e que faltam quase tanto ao trabalho como os subordinados (comparativamente, a nossa autarquia, que abrange 11 freguesias com cerca de 18000 habitantes, tem 8 departamentos que se subdividem em 33 divisões e um número não divulgado de trabalhadores).
O nível de escolaridade de metade dos trabalhadores é “muito baixo” o que justifica, ou ajuda a esclarecer, o recurso a serviços especializados fora da autarquia a preços exorbitantes (imagino eu).
Para justificar a deficiência dos serviços prestados pelo município, o autor do estudo revela uma divisão da cidade “completamente obsoleta”, a existência de “pequenos poderes arbitrários”, a negociação encapotada “entre os aparelhos partidários com expressão eleitoral” para atribuição de cargos de chefia e a progressão e promoção normal de funcionários, apesar da terem uma “deficiente cultura de responsabilidade e de serviço público”.
É um relatório demolidor para os que geriram aquela autarquia desde o 25 de Abril de 1974 e que apenas se limitaram a manter os funcionários que já lá estavam e a aceitarem novos sem recorrer a critérios de qualidade ou necessidade.
Será que Lisboa espelha o resto dos municípios do nosso país ou é apenas uma excepção à regra, sendo todos os outros exemplos de boa gestão?
Penso que, apesar de existirem algumas excepções, a regra é que todos eles, na devida altura, acabam por ceder à pressão da necessidade de manter os votos ou de arranjar mais alguns.
Era bom que, em cada município existisse um João Alves disposto a fazer uma tese sobre “Geografia Humana e Sociologia do Território”.
Segundo tal tese, naquele concelho, que abrange 53 freguesias, existem 300 departamentos e Divisões e 12 mil trabalhadores, portanto um rácio de 10 trabalhadores por 1000 habitantes. O quadro de chefias é composto por indivíduos com uma média de idade que se situa nos 50 anos e que faltam quase tanto ao trabalho como os subordinados (comparativamente, a nossa autarquia, que abrange 11 freguesias com cerca de 18000 habitantes, tem 8 departamentos que se subdividem em 33 divisões e um número não divulgado de trabalhadores).
O nível de escolaridade de metade dos trabalhadores é “muito baixo” o que justifica, ou ajuda a esclarecer, o recurso a serviços especializados fora da autarquia a preços exorbitantes (imagino eu).
Para justificar a deficiência dos serviços prestados pelo município, o autor do estudo revela uma divisão da cidade “completamente obsoleta”, a existência de “pequenos poderes arbitrários”, a negociação encapotada “entre os aparelhos partidários com expressão eleitoral” para atribuição de cargos de chefia e a progressão e promoção normal de funcionários, apesar da terem uma “deficiente cultura de responsabilidade e de serviço público”.
É um relatório demolidor para os que geriram aquela autarquia desde o 25 de Abril de 1974 e que apenas se limitaram a manter os funcionários que já lá estavam e a aceitarem novos sem recorrer a critérios de qualidade ou necessidade.
Será que Lisboa espelha o resto dos municípios do nosso país ou é apenas uma excepção à regra, sendo todos os outros exemplos de boa gestão?
Penso que, apesar de existirem algumas excepções, a regra é que todos eles, na devida altura, acabam por ceder à pressão da necessidade de manter os votos ou de arranjar mais alguns.
Era bom que, em cada município existisse um João Alves disposto a fazer uma tese sobre “Geografia Humana e Sociologia do Território”.