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sábado, 28 de julho de 2007

TÍMIDO INCENTIVO


Com o objectivo de incentivar a diminuição do consumo energético e consequente diminuição das emissões de CO2, a E.D.P. lançou um programa de acção para a promoção da eficiência no consumo de energia disponibilizando-se para oferecer às famílias portuguesas um total de 500 mil lâmpadas. Segundo um responsável daquela empresa, tal iniciativa, «vai permitir às pessoas experimentar os benefícios de ter lâmpadas eficientes».
É de louvar a preocupação ambiental do maior grupo português de produção energia eléctrica, até porque é o primeiro a sentir os efeitos nefastos do consumo exagerado de energia pois tem que cumprir (?) as directivas europeias e só promovendo acções deste tipo é que, aos poucos, vai incutindo no seio das famílias a necessidade de poupar. Porém e porque não há bela sem senão, a E.D.P. esquece-se de um factor deveras importante e que, na altura de decidir, acaba por pesar mais do que o respeito pelo ambiente.
O custo médio de uma lâmpada fluorescente compacta (economizadora) é de 10 euros e o de uma lâmpada incandescente convencional é de 1,50 euros. A primeira tem um tempo de vida útil de cerca de 10.000 horas e consome menos 80% de energia e a segunda não dura mais que 1000. Se uma habitação unifamiliar tem, em média, 15 lâmpadas incandescentes, para efectuar a troca de todas elas, teria que gastar cerca de 150 euros, menos 10 euros, tendo em conta que apenas era possível trocar uma única no âmbito daquela campanha de incentivo. Claro que ao fim de alguns anos a diferença de consumo e a poupança em energia é bastante significativa, acabando por justificar o investimento, mas não acho que essa seja uma prioridade de quem tem uma casa para governar e tem que contar todos os tostões até ao fim.