As conclusões a que chegou a Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços Mentais, especialmente criada pelo Ministério da Saúde com o objectivo de reorganizar os serviços de saúde mental, levam-nos a concluir que, a breve trecho, irão encerrar dois dos três hospitais psiquiátricos da zona centro, sendo que os visados são o Centro de Recuperação de Arnes e o Hospital Psiquiátrico do Lorvão.
Esta medida, insere-se na política de descentralização progressiva dos serviços de saúde mental do nosso país levada a cabo pelo Ministério da Saúde, de forma a colocá-los nos hospitais gerais, o que, na opinião dos responsáveis pela elaboração do estudo, os torna mais acessíveis à população alvo.
A situação preocupará os actuais funcionários daquelas unidades de saúde, em especial os que com o Hospital Psiquiátrico do Lorvão mantêm relações jurídicas de emprego e que se estimam ser 280, de acordo com a circular informativa nº 13, de 25.08.2005 da Secretaria-Geral daquele Ministério e também todos aqueles que, não tendo vínculo com aquela unidade, vêm os seus negócios afectados com o encerramento daquele estabelecimento hospitalar e, consequentemente, o seu poder de compra diminuído pela quebra de receitas.
Ficarão o concelho de Penacova e a localidade do Lorvão mais pobres sem aquela unidade de saúde ou ganharão ambos com a oportunidade de dar àquele secular edifício outro fim diferente daquele que, na sua maior parte, tem actualmente?
De certeza que os responsáveis pelo sector do emprego e da reinserção social da nossa autarquia estão atentos ao problema e, com toda a segurança, já dispõem de um programa alternativo para atenuar as (graves) consequências daquela inevitabilidade.