A longa quimera em busca de um planeta semelhante ao da Terra terá chegado ao fim com a descoberta do GLIESE 581C. Segundo os cientistas tal planeta, com cerca de 5 vezes a massa do nosso planeta, situa-se à distância certa da sua estrela o que lhe permite ter uma temperatura entre os zero e os 40 graus Celsius, portanto com a possibilidade de ter água em estado líquido, condição essencial para suportar vida, tal como a conhecemos. O único senão é a distância que nos separa dele pois, para a lá chegar com a tecnologia de que dispomos actualmente, demoraríamos cerca de 400 anos-luz.
Ainda bem que, por um lado, tal “paraíso” se encontra tão distanciado de nós porque, se assim não fosse, estaríamos perante uma louca corrida em direcção ao “novo mundo” o que se traduziria num completo abandonar deste que conhecemos com as nefastas consequências que toda essa debandada traria.
Perante tão grande distância, não nos resta outro remédio senão tratar e preservar aquele que ainda nos vai acolhendo, porque as alternativas existentes ainda não são as ideais para suportar a vida ou estão muito longe de ser alcançáveis. Se assim não fosse, de certeza que os mais abonados “mandavam às urtigas” este maravilhoso planeta que teimosamente insiste em se auto-regenerar para nos dar guarida e bem-estar, apesar das constantes atrocidades que contra ele cometemos. Desse modo, quem cá ficaria apenas podia contar com uma rocha disforme, despojada de todas as suas riquezas por quem, ironicamente, deu o salto para um novo mundo cheio de oportunidades ou também ele já esgotado ou, quem sabe, povoado por alguém mais dotado de bom senso que não permitiria a chegada, quanto mais a permanência, de novos parasitas.