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sábado, 30 de junho de 2007

MORTE NO RIO

Descer o Rio Mondego até à Misarela já não é novidade para quem habita junto às suas margens. Durante os meses de Verão, centenas de pessoas optam por fazer esse percurso.
Com ou sem experiência, não se sentem amedrontadas pelo facto de terem que o fazer, pois o rio, naquele troço, não é conhecido por ser perigoso ou por ter águas muito profundas.
Acontece que, ou por se facilitar ou por falta de segurança ou até por excesso de confiança, as coisas podem tornar-se bastante complicadas. Um simples descuido, um gesto mal calculado ou uma pequena distracção, são suficientes para criar complicações.
Hoje, ao início da tarde, o azar aconteceu. Uma jovem com cerca de 40 anos, perdeu a vida junto ao que resta do açude da Rebordosa quando se encontrava a efectuar a descida do rio. Não conseguiu sobreviver à força das águas e marcou de morte este dia que se pretendia de festa.
Será que o Rio Mondego é assim tão seguro para quem faz uma viagem daquelas?
Será que quem organiza aquela descida acautelou todas as medidas de segurança necessárias?
Será que é suficiente o número de indivíduos (experientes) que acompanham quem faz a descida?
Será que, ao longo do rio, existe sinalização suficiente para indicar os locais de mais perigosidade?
Será que são cumpridas todas as normas de segurança ou será que apenas se pretende ganhar dinheiro sem salvaguardar a integridade física das pessoas?
São tudo questões que nos assaltam o espírito e para as quais nem sempre temos resposta, pois só nos lembramos delas quando a desgraça acontece.
O que é certo é que, apesar de nunca ter acontecido (que eu me lembre), em circunstâncias semelhantes, a morte de alguém, o que é certo é que hoje aconteceu e, se até aqui não foram tomadas as devidas precauções, que a partir de hoje elas sejam tidas em consideração para que um episódio destes nunca mais se repita.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

IMAGINE


Por esta altura, Penacova aguardava ansiosamente o final do Inverno e dos dias cinzentos e chuvosos que fizeram dele um dos maiores de sempre. A ponte de madeira do "reconquinho" já estava quase a chegar à margem de cá e no areal estava quase terminada a "mega" operação de limpeza do que para ali foi arrastado pela cheia "real" desse ano.
O "Penacova Hotel" preparava-se para acolher as dezenas de "aristas" que, ansiosamente, procuravam a pureza do ar das serras, tão famoso pelas suas (quase milagrosas) qualidades terapêuticas, e o branco dos lençóis de linho que os confortavam durante a noite amena.
Nesta altura, já a Banda Filarmónica tinha criteriosamente ensaiado o hino de Penacova para, no coreto, saudar aqueles que, mais uma vez, nos visitavam.
Este ano, quando chegarem, encontrarão algo de diferente. Uma boa dezena de árvores que daqui a algum tempo, se as deixarem crescer, darão mais sombra àquele imenso terreiro.
Agora, tenho que acabar pois dirige-se para aqui uma pessoa com quem quero falar acerca da possível construção de uma nova unidade hoteleira em Penacova, um pouco acima do coreto. Sim, porque numa terra com tamanha aptidão para o turismo, temos que projectar novos investimentos e, além disso, quanto maior for a concorrência, melhor se torna a oferta. Talvez também lhe fale da possível criação de um casino para que as noites se tornem mais alegres e lucrativas, nunca se sabe.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

FALSO CRESCIMENTO

Descansem os mais pessimistas porque afinal, e segundo o relatório do Fundo da População das Nações Unidas, a população portuguesa vai aumentar, por ano, em cerca de 100 mil “almas” até 2050, ficando apenas atrás da Noruega e da Albânia. Desta forma, e perante aqueles resultados, não compreendo o motivo pelo qual se augura a falência do sistema de pensões da Segurança Social, com a justificação de que a população activa não consegue superar a população que entretanto passou à situação de reforma.
Poderei apresentar três, possíveis, causas para justificar essa, quase, inevitável realidade:
A primeira poderá estar no facto dos mais novos não terem tendência para descontar para a Caixa Geral de Aposentações mas sim para fundos próprios que não vão beneficiar os cofres daquela instituição.
A segunda poderá estar no facto do Estado estar gradualmente a deixar de assegurar essa "conquista" dos trabalhadores, uma das principais do "welfare state", através do enfraquecimento dos vínculos laborais que tem para com eles e a daí permitir que sejam constituídos fundos paralelos de pensões.
A terceira, e não menos importante, prende-se com o facto do Estado não criar condições para que a população jovem se mantenha em Portugal, aumentando a idade da reforma dos actuais activos e, dessa forma, não permitir a renovação dos quadros, obrigando-os a procurar emprego/trabalho/ocupação noutras paragens.

Assim, o acréscimo registado e previsto até 2050, não favorece em nada a situação do nosso país, antes pelo contrário, só vai criar mais jovens insatisfeitos que, mal tenham oportunidade, se vão realizar para outro lado, deixando-nos na mesma situação. A única esperança é que nos levem com eles ou então que, pelo menos, venham cá passar umas férias e que tragam dinheiro suficiente para nós as gozarmos também.

terça-feira, 26 de junho de 2007

PORTUGAL JÁ NÃO INTERESSA

Segundo o mais recente relatório da OCDE sobre as «Perspectivas das migrações internacionais», relativo aos fluxos migratórios para os 30 países que integram aquele organismo internacional, Portugal saiu da rota de imigração por ter tido um "fraco crescimento económico" e assim não ser atraente para aqueles que procuram um melhor nível de vida.
Acabou-se a mão-de-obra barata e o enriquecimento à custa da escravidão. Não eram raros os casos (mesmo em Penacova) onde indivíduos vindos de Leste eram literalmente “aprisionados” por patrões sem escrúpulos que viam naqueles despojados da sorte a oportunidade de, através de trabalho escravo, enriquecerem ilegitimamente.
Por seu lado, e segundo o mesmo relatório, aumentou o número de indivíduos que escolhem o nosso país para acabar ou continuar os seus estudos.
Das duas uma, ou Portugal agora vai passar a ser a “silicon valley” europeia onde apenas são aceites projectos “high-tech” e mão de obra especializada ou então, passará a ser tão insustentável viver por cá que até nós, portugueses de berço, vamos ter que sair do país para procurar melhor sorte além fronteiras ou então, esperar pelo novo aeroporto, pelo T.G.V. ou por outra obra de regime para assim, quem sabe, podermos amealhar mais algum.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

PARA CHORAR


Andaram para trás e para diante durante 45 anos e, só depois de velhos é que se lembraram que Portugal existia. Agora, parece que voltaram a rejuvenescer e toda a gente anda a anunciar o regresso da maior banda do planeta. É recorrente esta nossa tendência para continuarmos a achar que somos uns privilegiados por sermos os escolhidos para acolhermos os últimos concertos das mais famosas bandas. Há uns anitos, não muitos, foram os “Pink Floyd”, há dias foram os “The Who”, agora os “Rolling Stones” e qualquer dia os “The Police”.
Será que só nos calham os ossos ou será que eles vêm para cá só pelo sol. Se for por isso bem podem voltar pelo mesmo caminho porque fartos já nós estamos de sermos sempre os últimos contemplados.
Só não somos os últimos nas coisas que não prestam e talvez por isso é que não saímos da cepa torta.

PARA RIR


O último parecer do Tribunal de Contas, veio tornar público que a ilha da Madeira, mais uma vez, ultrapassou os limites do endividamento. Alberto João Jardim, por sua vez e fazendo orelhas moucas a tal relatório pede ao sr. Silva, uma maior autonomia e o aumento do poder legislativo. Estas "sugestões", garante, não colocam em causa a unidade nacional nem a Constituição, dizendo inclusivamente que " O Estado unitário está na Constituição para sossegar as consciências que sofrem de pesadelos quanto aos fantasmas do passado. Ninguém está a falar em separatismo".
Claro que não. Se assim fosse onde ia ele buscar tanto dinheiro para se governar? É preciso ter lata.

domingo, 24 de junho de 2007

MARCHAS 2007


Apesar de tudo, gostei.
Gostei do desempenho demonstrado pelas marchas de Travanca do Mondego e da Cheira.
Não tenhamos dúvidas que, apesar de ter sido um espectáculo pobre, por terem sido apenas duas as que aceitaram participar, estou convencido que todos aqueles que lá se deslocaram para apreciar o trabalho levado a cabo pelas duas associações, ficaram agradados com aquilo que viram. A cor, a coreografia e a sonoridade deram ao evento a graciosidade necessária. Claro que se fossem em maior número, a noite seria bem mais compensadora e agradável contudo, demonstraram, mais uma vez, que do pouco de faz muito e que, embora tendo consciência da fraca assistência que teriam, fizeram questão de não deixar morrer mais uma das actividades que animam as noites de Penacova. Pode ser que assim outros se sintam motivados a não desistir e que, para o ano, sejam em dobro as marchas participantes.

sábado, 23 de junho de 2007

NÃO PERCEBO NADA DE FUTEBOL


Não sou adepto do Sport Lisboa e Benfica, mas também não sou ingénuo ao ponto de achar que tal clube é pouco importante. Cresci a ouvir que o Benfica é o melhor do mundo, que tem os melhores jogadores, que tem mais títulos ganhos e que tem mais de 6 milhões de sócios. Tão marcante é essa ideia que só não sou benfiquista por razões de solidariedade familiar, posso até dizer que o Benfica é o meu terceiro clube (a Académica de Coimbra está em segundo). Ora, tal enormidade não pode, nem deve, passar ao lado de ninguém, até porque, para um país tão pequeno (em quase tudo) ter um clube com essa dimensão é motivo de orgulho. Faz bem ao ego de qualquer português saber que, além fronteiras, todos conhecem o Clube da Luz e o Eusébio (agora o Figo) e, acima de tudo, saber que o Benfica foi campeão disto ou daquilo (dá a sensação que todos acordam mais bem dispostos e que a semana até começa melhor). Costumo dizer que, se o Benfica fosse o Futebol Clube do Porto, todos andávamos muito mais felizes e, de certeza, que encarávamos o futuro com muito mais optimismo.
Mas a realidade não é essa, o F.C.P. soma e segue e o S.L.B. é aquilo que se vê. Talvez por isso é que o (multi) milionário Joe Berardo lançou uma OPA sobre o Benfica para, segundo o próprio, "ajudar os benfiquistas" e o certo é que os ajudou bastante pois, para começar, as acções da SAD valorizaram 54% num curto espaço de tempo. Será (ainda) um peso de consciência por não ter valido nada o facto de ter oferecido a capela e a santa que José Damásio instalou na "Catedral" em 1994, ou estará na moda ser dono de um clube desportivo?
Seja como for, a marca Benfica está à venda e vale milhões, a partir daí tudo pode acontecer. Se vai melhorar não sei mas, o importante é que seja bom para o futebol, para aquele clube e, em particular, para o desporto, pois trata-se de uma instituição de indiscutível importância para o nosso país, só sendo pena que não ganhe.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

A OUTRA FACE DA NOSSA POLITICA AUTÁRQUICA


Este blog é um espaço de discussão pública onde todos os que pretendam, podem expor as suas convicções acerca dos mais variados assuntos. Nessa perspectiva, e tendo em conta que o objectivo último é o de promover a troca de pontos de vista em torno de questões que directa ou indirectamente tenham a ver com as preocupações manifestadas por aqueles que nutrem algum interesse por Penacova, quer nela vivam, trabalhem ou por alguma razão a ela se sintam ligados, aceitei publicar um texto, enviado por um amigo de longa data, penacovense, actualmente deputado da Assembleia Municipal de Penacova e Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Penacova.

Com o texto que segue, aquela comissão política pretende dar a conhecer, aos que diariamente dispensam parte do seu tempo a ler o que por aqui se vai escrevendo, as propostas apresentadas ao executivo camarário de Penacova e que, segundo eles, não tiveram nem têm tido o devido acolhimento pela maioria P.S.D. que nos governa. Por último, pretendo esclarecer que embora me reveja na grande parte das medidas apresentadas, as mesmas são da exclusiva responsabilidade daquela comissão política, não se vinculando o autor deste blog a alguma delas.

AS 25 MEDIDAS PROPOSTAS PELO PARTIDO SOCIALISTA DE PENACOVA NO ÂMBITO DO QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007 - 2013 )

  1. Criação de um espaço único que possibilite a integração dos diferentes Serviços Públicos (incluindo Serviços Camarários). Deve ser combinado com o desenvolvimento de novas zonas de implantação de Serviços Públicos, nomeadamente Loja do Cidadão.
  2. Casa Municipal da Cultura e da Juventude (Incluindo Centro de Congressos).
  3. Recuperação de todo o património do Mosteiro de Lorvão.
  4. Reabilitação das zonas históricas das vilas de Penacova e Lorvão, incluindo a requalificação paisagística e urbanística do Largo do Terreiro.
  5. Recuperação dos aglomerados de Moinhos de Vento e Água, para fins turísticos.
  6. Reabilitação das zonas ribeirinhas do concelho, dotando-as de condições de lazer e desportivas.
    Promoção do aproveitamento turístico das Albufeiras do Concelho.
  7. Parque Desportivo Concelhio com campo de futebol relvado e pavilhão gimnodesportivo com dimensões ajustadas às exigências oficiais.
  8. Criação de parque desportivo e de lazer, com piscina e pavilhão Multi-Usos, nas vilas de S. Pedro de Alva e Lorvão.
  9. Palácio da Justiça.
  10. Construção de Centros Educativos (Tendo em vista responder à reestruturação de toda a Rede Escolar do Concelho).
  11. Construção de Novo Mercado Municipal, em novo Centro Urbano a criar e desenvolver.
  12. Construção de Centro Coordenador de Transportes, integrado com o desenvolvimento de uma Rede de Transportes de Passageiros no Concelho, em novo Centro Urbano a criar e desenvolver.
  13. Parque de Exposições Multi-Usos na Freguesia de Sazes, incluindo criação de acessibilidades, no lugar de Espinheira, para realização da feira mensal e outros eventos.
  14. Desenvolvimento, com respectiva infra-estruturação, de novas zonas urbanísticas que permitam a construção de habitação a preços controlados e que fomentem a fixação das famílias.
  15. Construção de Rede de Saneamento com as respectivas ETAR´s em todos os aglomerados urbanos que o justifiquem.
  16. Construção de via rodoviária variante a Penacova, com ligação às Freguesias de Lorvão (Chelo), Figueira de Lorvão (Sernelha) e Sazes (Nó rodoviário de Espinheira), em que se incluem os troços há muito programados de passagem pela Abarqueira e Serra do Viso.
  17. Construção de variante às povoações de Miro e Friúmes.
  18. Criação de ligação com bom nível de serviço entre Lorvão e Coimbra, com construção de um novo troço entre Lorvão e Aveleira.
  19. Desenvolvimento de projectos no sector de actividade das energias renováveis, em especial no âmbito da energia eólica, biomassa e produção / utilização de hidrogénio.
  20. Construção de Zonas Industriais, devidamente infra-estruturadas prevendo-se numa delas um Parque com Incubadora de Empresas, alimentado com parcerias com agentes económicos e universidades / escolas politécnicas.
  21. Promoção do desenvolvimento de um “Cluster” em actividade a identificar através de estudo de mercado e científico.
  22. Promoção da agricultura biológica, em conjunto com as Escolas do Concelho, Escola Superior Agrária de Coimbra e parceiros privados.
  23. Promoção da construção de habitação social, destinada a famílias mais carenciadas.
  24. Promoção de investimentos na área social e na área da saúde, em parceria com as IPSS (Unidades de Cuidados Intensivos, Lares Residenciais para Jovens, Creches, Jardins de Infância, Lares de Idosos, Centros de Dia, Apoio Domiciliário, Centros de Convívio, Centros de Formação Profissional e de Competências).
  25. Promoção da construção de habitação social, destinada a famílias mais carenciadas.

As propostas não têm qualquer ordem de prioridade, mas é nosso entendimento que são todas importantes e que se tratam de investimentos fundamentais para o desenvolvimento sustentado do nosso Concelho.

Muitas poderão ser enquadradas em programas de financiamento que surgirão nos próximos anos e que se não forem aproveitados implicará irremediavelmente o ( ainda mais ) atraso do nosso Concelho.

( Pelo Partido Socialista de Penacova – Pedro Coimbra )

quinta-feira, 21 de junho de 2007

FINALMENTE


Finalmente começa a ficar mais agradável olhar para o Reconquinho. A areia foi reposta, o espaço readquiriu a dimensão de outrora e, à primeira vista, parece que vai haver mais oferta para os que vierem a frequentar aquela praia pois, pela fotografia, já se vê algo de novo. Claro que ainda está só no princípio mas, para quem demorou quase uma década a fazer algo de proveitoso naquele local, até que não está mal. Decididamente, puseram mãos à obra. A seguir, virão as passadeiras, as barraquinhas para cada um mudar de roupa, a piscina e, como não poderia deixar de ser, a indispensável ponte de madeira. A partir daí, todos podem rejubilar de alegria porque já se pode passar uma tarde, ou quem sabe um dia, naquela praia fluvial.
Depois, até parece que estou a ver, só ocorrerão naquele local concertos de Verão, arraiais, festivais e outras coisas tais. A seguir, e porque não há bela sem senão, vem o Inverno e a areia vai voltar a desaparecer, indo ter a uns quilómetros mais abaixo, quem sabe um pouco acima da curva do Ramalhal, onde vai ser construída (passo a publicidade) a praia fluvial de Vila Nova de Poiares que, segundo quem viu a maquete, será uma das melhores da zona centro, com bandeira azul e tudo.
De qualquer maneira, e seja qual for o destino que a recém criada praia do Reconquinho venha a ter, o importante é que foi de novo devolvida a quem nela passou agradáveis momentos, só estando assegurado o seu futuro se, quem está à frente do projecto, se esforçar por fazer com que ela sobreviva durante muitos anos sem voltar ao que foi até aqui.

OUTRA MANEIRA DE VER AS COISAS


Com cerca de 500 trabalhos, dos mais conceituados cartoonistas dos cinco continentes, terá início, no dia de amanhã, a IX edição do Porto Cartoon-World Festival.
A Globalização foi o tema escolhido pela organização do certame, tendo o vencedor sido o polaco Grzegorz Szumowski com o cartoon que ilustra esta postagem.
Não deixa de ser uma forma, bastante rica e interessante, que alguns encontram para exprimir a sua perspectiva da realidade que pode igualmente servir de suporte para que outros ilustrem aquilo que escrevem.
É uma edição a não perder, tanto pelos amantes daquela arte, como por todos aqueles que, embora não sejam apreciadores, gostam de ver o mundo pelos olhos dos outros.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

IMPERDOÁVEL


Os incondicionais defensores da vida humana e a amnistia internacional que me desculpem mas não consigo aceitar que a vida de uma pessoa, responsável por uma das maiores redes pedófilas jamais conhecidas, carrasco de dezenas de crianças roubadas ao seu destino e entregues a indivíduos cujas práticas envergonham o mais comum dos mortais, seja poupada à pena capital.
Em Portugal uma situação idêntica, caso viesse a acontecer, conheceria o limite que a Lei vigente no nosso país determina (25 anos) e mesmo esse, raramente seria alcançado devido às várias reapreciações da pena aplicada. Por tal motivo, sou da opinião que, quando alguém ousa dispor da vida de outras pessoas que, pela sua idade ou pela sua capacidade, não têm o discernimento necessário para avaliar a situação em que se encontram ou o fim que lhes está reservado, deveria, pelo menos, ser privado da mesma liberdade e pagar, em vida ou com a vida, todo o mal que lhes fez ou permitiu que outros lhe fizessem. Assim, a pena privativa da liberdade, para toda a vida, ou a pena de morte do agente, seriam as censuras mais adequadas e lógicas, a aplicar num caso com contornos dessa natureza.

ENCONTRO(S)


Apesar do ambiente soturno que se vive naquela localidade, não se vislumbra motivo de descontentamento face ao (mais que) provável encerramento da unidade de saúde ali existente, apenas alguma apreensão quanto ao futuro incerto. Porém, e como nem tudo é desalento, em vez dos usuais encontros e desencontros com os utentes daquele estabelecimento hospitalar, vamos ficando habituados aos ciclos culturais que, com cada vez mais frequência, vão tendo lugar naquele magnífico mosteiro.
Dotado de extraordinária acústica é procurado pelos amantes da música os quais, encontram naquele espaço um palco para as suas actuações, sempre à altura da dignidade que lhe está intrinsecamente associada.

terça-feira, 19 de junho de 2007

ESTE ANO A VACA NÃO MUGE


Uma crise (aparentemente) política pôs fim ao protocolo que existia entre a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros (CDU), a Câmara Municipal de Caminha (PSD) e a Portoeventos, entidade responsável pela organização do mais antigo festival de rock do país. Fica assim comprometida a 36ª edição daquele que foi, e continua a ser, um dos mais emblemáticos festivais de rock portugueses.
Aqueles que tinham o hábito de se deslocarem aquela simpática localidade para, descontraidamente, assistirem a um magnífico espectáculo ao ar livre, onde várias bandas de renome nacional e internacional, faziam jus à sua fama, vão ter que esperar até ao ano que vem pois, só nessa altura é que se prevê que volte a acontecer tão importante e carismático evento, só resta saber qual dos dois autarcas é que vai ter que mudar de partido político.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

PENACOVA, ZONA DE TURISMO



BEM VINDO À FREGUESIA DE PENACOVA.

domingo, 17 de junho de 2007

METAMORFOSE


"As mulheres brasileiras fizeram mais por Portugal do que séculos e séculos de permutas académicas, literárias e culturais.
Tempos houve em que 'beleza' e 'mulher portuguesa' não rimavam na mesmam frase. Miguel Esteves Cardoso comentava há uns anos que a imagem de uma mulher bonita, entre nós, era motivo para conversas infindas durante semanas infindas. Atenta a escassez da espécie, a visão de uma mulher bonita tinha o impacto de um marciano que subitamente aterrava no fundo do quintal. Era um acontecimento. Era um choque. Era um meteorito cruzando os céus, deixando um rastro de fogo nas nossas imaginações carentes e lunares. A 'Mulher Bonita', era um ser de contornos mitológicos. Com as fadas. Os duendes. Os esquerdistas inteligentes. O resto era desolador. Rostos fechados. Pernas também. E o clássico bigode que crescia por desleixo. Como as ervas daninhas de um jardim abandonado.
Tudo mudou. Milhares de brasileiros cruzaram o Atlântico. Milhares brasileiras também. As ruas de Lisboa e do Porto foram inundadas por um certo calor tropical que deixou os homens assustados e maravilhados em partes iguais. Foi a nossa passagem do cinema mudo para o sonoro.
Claro que a chegada em massa de brasileiras em massa não contentou toda a gente. Não contentou as próprias mulheres lusitanas, subitamente atiradas para as cordas da concorrência internacional. Mas até aqui o liberalismo clássico revelou-se um profeta certeiro: a concorrência tende a melhorar o produto para alegria geral dos consumidores.
E o produto foi melhorado pela 'mão invisível' da competição hormonal. As portuguesas, dispostas a não peder a sua quota de mercado, deixaram que o jardineiro entrasse lá em casa, com tesoura de poda, pronto para cortar a relva florestal. Subiram-se as saias. desceram-se decotes.
Os portugueses descobriram, atónitos, que as suas mulheres tinham formas de mulheres. Conheço casos de amigos que, de um dia para o outro, concluíram que o irmão, afinal, era uma irmã. E, com a passagem dos anos e a chegada de mais mulheres, brasileiras, 'beleza' e 'mulher portuguesa' passaram a rimar nos nossos dias subitamente líricos e solares."

in "Avenida Paulista" - João Pereira Coutinho - 27.11.2006

sábado, 9 de junho de 2007

"BABEL" AO SERÃO

O filme começa com um pastor marroquino a transportar uma carabina que lhe tinha sido oferecida por um indivíduo japonês, para a vender a um outro pastor marroquino que dela necessitava para que os filhos pudessem proteger o rebanho dos esfomeados coiotes. Acontece que, na brincadeira, um deles conseguiu atingir uma cidadã norte-americana que viajava num autocarro com o seu marido e com outros turistas. O casal norte-americano, tinha dois filhos que estavam à guarda de uma mexicana que se encontrava ilegalmente a viver nos E.U.A há 16 anos e cujo filho se ía casar nesse fim-de-semana.

O contratempo provocado pelo tiro da carabina levou os meninos a um casamento ao México, a mãe do noivo à extradição e a polícia de Tóquio a incomodar o senhor que ofereceu a arma ao pastor, o qual, por coincidência, tinha a vida familiar virada do avesso desde que a mulher se suicidou com um tiro na cabeça, deixando uma adolescente surda-muda com grandes necessidades de ter a sua primeira experiência sexual, tal como as suas amigas.

Uma história excelente, realizada por Alejandro González Iñarritu e interpretada, com igual excelência, por Catherine Blanchett e Brad Pitt, a não perder, por nada deste mundo.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

PARECE

Com o termómetro acima dos 24º, apetece-nos procurar um local onde possamos relaxar sob uma sombra fresca e banharmo-nos em águas límpidas de um qualquer curso de água. Neste concelho de Penacova, abundam esses locais refrescantes, uns mais bem tratados do que outros, mas todos sem excepção com espaço suficiente para levarmos a família e os amigos a dar uns mergulhos sem correrem o risco de (por enquanto) contraírem uma qualquer doença de pele.

Deste ponto alto onde alguém decidiu, há mais de 800 anos, instalar uma fortaleza, desfrutamos de uma bela paisagem sobre o rio Mondego, inigualável e inspiradora de poetas e pintores, não sendo de estranhar que há cerca de 40 anos atrás, logo a seguir à ponte da Portela em Coimbra, alguém tivesse tido a magnífica ideia de colocar um cartaz turístico, convidando os que por lá passavam, a visitar Penacova.

Razões mais do que muitas para se sentirem bem, tinham aqueles que optaram por seguir a estrada junto ao rio que, como uma serpente, os trazia de Coimbra até esta que foi, e continua ser, embora mais tímida é certo, a Princesa do Mondego.
Adivinham-se grandes investimentos na área do turismo em Penacova.

Parece que, finalmente, alguém com capacidade e experiência vai "pegar" na maior unidade hoteleira da nossa terra e transformá-la na menina dos nossos olhos, que a pedreira do Reconquinho, vai deixar de o ser para readquirir o nome de praia, que o Parque Municipal vai "sofrer" profundas obras de remodelação que, segundo alguém bem colocado, vai deixar os mais pessimistas, boquiabertos.

Ao que parece, parece que, finalmente, Penacova vai deixar de parecer para voltar a ser o que foi e, curiosamente, no local mais indicado para ser o motor dessa mudança e onde há mais de oito séculos tudo começou.
A história tem dessas coisas, repete-se, felizmente.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

A ÚLTIMA CHANCE

Com o objectivo de discutir o sucessor do Protocolo de Quioto, reuniram-se na cidade alemã de Potsdam, os ministros do ambiente dos G8 (os sete países mais industrializados do Mundo e a Rússia), sendo com estas palavras que o ministro do Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, marcou a abertura de tal cimeira: «É importante convencer os países emergentes (Brasil, China, México, Índia e África do Sul), de que fazer esforços para a protecção do clima e da biodiversidade é uma vantagem para eles próprios».

Alguns encaram esta atitude como uma tentativa de travar o desenvolvimento económico daqueles países, outros acham que é sobre eles que devem recair todas as atenções, porque são eles que procuram um crescimento económico a baixo custo e todos sabemos que o mesmo só se consegue à custa de tecnologias ultrapassadas e bastante poluidoras.

Quanto a mim, a tentativa de tornar os meios de produção mais amigos do ambiente, só se consegue com o compromisso, tanto dos países chamados “emergentes” como daqueles que são considerados os mais industrializados do mundo, pois o esforço na resolução dos problemas ambientais, que todos os dias “sujam” o nosso planeta, não tem apenas que ser só de alguns, mas de todos.

A par das alterações climáticas, da política energética e a biodiversidade, aquela reunião permitiu que Putin e Bush se encontrassem para discutir a questão dos mísseis balísticos que a Rússia ameaça apontar para as principais cidades europeias como retaliação à intenção dos E.U.A. em instalarem um escudo antimíssil para proteger a Europa de eventuais ataques terroristas. Interessante, esta cimeira que se vai desenrolar até sábado próximo e onde se vai discutir o futuro do mundo.

Pelo menos já teve como consequência a hospitalização de 400 polícias e a detenção de 300 manifestantes que se reuniram naquela cidade para protestar contra a globalização, antevendo-se portanto um resultado dolorosamente marcante tanto para um lado como para o outro.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

75 ANOS DE MOCIDADE


No próximo dia 07 (feriado do Corpo de Deus), pelas 16 horas, no Campo da Serra da Albarqueira, em Penacova, vai ter lugar um jogo de futebol onde se vão confrontar a equipa de futebol do Mocidade Futebol Clube da Cheira e uma selecção de jogadores do Concelho de Penacova. Tal iniciativa insere-se na comemoração dos 75 anos daquela associação a qual, desde a sua fundação em 1932, muito tem feito por Penacova e pelo seu concelho.
Desde o Rancho Folclórico às Marchas, desde o Futebol à Pesca e ao Atletismo, as várias direcções que têm passado pelo Mocidade souberam gerir, durante todos estes anos, um património que é de todos e para todos. Além disso, tem disponibilizado para as mais diversas actividades, o seu salão de festas e seu campo de futebol, que aos poucos e à custa do esforço e da entrega dos seus associados, têm constantemente vindo a ser melhorados.
Recordo-me em particular da primeira (e única) edição do “Pé Na Cova Rock”, festival de Rock que em 25 de Setembro de 1999 se estava para realizar no Parque Municipal e que, devido à intempérie que se abateu sobre Penacova, acabou por ter lugar na sede daquela associação, que carinhosamente e sem contrapartida alguma, nos foi cedida pelos responsáveis da altura.
Que este ano seja mais um ano de grandes sucessos para o Mocidade Futebol Clube, e que continue a sua caminhada altruísta por outros tantos, a bem da sociedade.

terça-feira, 5 de junho de 2007

ONDE PÁRA O VIDRÃO?


Hoje a Sílvia chegou a casa cheia de entusiasmo e contou como foi o seu dia na escola. O tema à volta do qual girou toda a sua actividade centrou-se, como não podia deixar de ser, no ambiente pois hoje celebra-se mundialmente o seu dia.
Contou que a professora lhe falou que um mundo sem poluição era o mais desejado por todos aqueles que o poluem e que havia um mundo negro e outro azul.

O assunto veio mesmo a propósito já que, a escassos metros do edifício sede da nossa autarquia, existe uma muito prestigiada escola de hotelaria onde o ensino é de indiscutível qualidade e onde, como é de esperar, o estudo se debruça sobre as artes da culinária, existindo até um restaurante onde se podem degustar os pratos confeccionados pelos alunos.

Como é natural, numa escola com aquelas características, sempre existem sobras da comida, cujo destino não nos preocupa pois dúvidas não existem sobre o aproveitamento que lhes é dado. O que me preocupa isso sim, é o destino que é dado às inúmeras garrafas que também ali são esvaziadas e para onde irão tais recipientes, uma vez que, quer junto àquela escola quer nas suas imediações, não um existe sequer um vidrão.
Não necessitariam os nossos autarcas de voltar à escola para aprenderem a, pelo menos, evitar que os seus munícipes poluam, ou será tudo uma questão de votos, porque os alunos não são de cá e os que vivem naquela zona da vila, são velhos de ideias fixas.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

MAUS DECIBÉIS

Já não bastava a obesidade, o álcool, o tabaco, o excesso de velocidade e a Internet, agora os decibéis são outra das preocupações que os mais jovens têm que enfrentar, pois são eles os que procuram emoções mais fortes.

O problema atinge dimensões preocupantes se pensarmos que cada vez mais os jovens têm ao seu dispor mecanismos que lhes permitem obter um som cada vez mais alto e com maior qualidade o que, por si só, os leva a “puxar mais” pela máquina.

Embora exista legislação em Portugal que normaliza este tipo de poluição, sabemos que raramente é cumprida e que, os locais de divertimento, com destaque para as discotecas, facilmente se atingem os 120 dB, quando o máximo aconselhável é de 85 dB, não sendo por isso que os adolescentes os deixam de frequentar com cada vez mais assiduidade, daí se verificar um acréscimo de casos de surdez prematura em indivíduos daquela faixa etária.

Assim, para nossa protecção (e deles), não podemos esquecer que tudo se pode experimentar e usar, desde que não seja em excesso ou então, caso pretenda ouvir música bem alta, use, para sua protecção, uns abafadores de ruído.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

CONTINUANDO A ESCREVER POR INSTINTO

A partir deste dia, acaba a minha colaboração com o Jogo de Possíveis.
Tal situação ocorreu porque os seus autores (António Luís e José António Duarte) não pretenderam continuar com aquele projecto. Ainda fui convidado a continuar com o JP mas, como é óbvio, não aceitei porque não fazia sentido fazê-lo sem aqueles que o criaram, apesar de continuar a indentificar-me bastante com a filosofia daquele blog. Assim, e porque "por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera", decidi continuar a escrever, sobre Penacova e não só, com a regularidade possível, neste projecto que é, de certa forma, a continuação daquele por onde dei os primeiros passos nesta imensa blogosfera.
Espero poder escrever com regularidade e tentar oferecer àqueles que me vão lendo, um espaço onde a troca de opiniões seja saudável e construtiva e onde Penacova tenha, sempre, um lugar de destaque .
De todos aqueles que por aqui passam, espero que voltem, e que, em cada volta, deixem o seu contributo.