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quarta-feira, 27 de junho de 2007

FALSO CRESCIMENTO

Descansem os mais pessimistas porque afinal, e segundo o relatório do Fundo da População das Nações Unidas, a população portuguesa vai aumentar, por ano, em cerca de 100 mil “almas” até 2050, ficando apenas atrás da Noruega e da Albânia. Desta forma, e perante aqueles resultados, não compreendo o motivo pelo qual se augura a falência do sistema de pensões da Segurança Social, com a justificação de que a população activa não consegue superar a população que entretanto passou à situação de reforma.
Poderei apresentar três, possíveis, causas para justificar essa, quase, inevitável realidade:
A primeira poderá estar no facto dos mais novos não terem tendência para descontar para a Caixa Geral de Aposentações mas sim para fundos próprios que não vão beneficiar os cofres daquela instituição.
A segunda poderá estar no facto do Estado estar gradualmente a deixar de assegurar essa "conquista" dos trabalhadores, uma das principais do "welfare state", através do enfraquecimento dos vínculos laborais que tem para com eles e a daí permitir que sejam constituídos fundos paralelos de pensões.
A terceira, e não menos importante, prende-se com o facto do Estado não criar condições para que a população jovem se mantenha em Portugal, aumentando a idade da reforma dos actuais activos e, dessa forma, não permitir a renovação dos quadros, obrigando-os a procurar emprego/trabalho/ocupação noutras paragens.

Assim, o acréscimo registado e previsto até 2050, não favorece em nada a situação do nosso país, antes pelo contrário, só vai criar mais jovens insatisfeitos que, mal tenham oportunidade, se vão realizar para outro lado, deixando-nos na mesma situação. A única esperança é que nos levem com eles ou então que, pelo menos, venham cá passar umas férias e que tragam dinheiro suficiente para nós as gozarmos também.