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sábado, 30 de dezembro de 2006

AFERIR A PONTUALIDADE


A mais recente “guerra” entre médicos e ministério da saúde, no que respeita à instalação de instrumentos electrónicos de assiduidade, fez-me lembrar a Teoria X e Y de Douglas Mcgregor, (1906-1964), influente psicólogo americano, que muito contribuiu para o desenvolvimento da Teoria da Natureza Humana das Organizações. Segundo ele, existem dois tipos de empregados, os Bons e os Maus.Os Bons inserem-se na Teoria Y e uma das suas características é serem “pessoas capazes de se auto dirigir e auto controlar se estiverem empenhadas na prossecução dos seu objectivos”.Os Maus inserem-se na Teoria X e uma das suas características é serem “pessoas que não gostam de trabalhar, tendo por isso de ser coagidas, controladas, dirigidas e até ameaçadas”. Claro que é só uma teoria sobre a motivação, entre tantas outras que podemos encontrar nos manuais de gestão das organizações, contudo e curiosamente, uma das medidas que os gestores normalmente tomam para lidar com as pessoas inseridas na Teoria X é a introdução do chamado “relógio de ponto”.
Engraçado, não é?

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

PATRIMÓNIO REVISITADO - I

Desde 1999, altura em que o Conselho de Ministros de então, aprovou o Plano Director Municipal, elaborado e aprovado em 1998 pela Assembleia Municipal de Penacova, que a Quinta da Ribeira, conjunto de edificações situado na freguesia de Penacova, espera pela sua qualificação como património de interesse público. Pode ler-se, no artº. 43º daquele diploma, que tal imóvel reveste interesse público a ponto de ser considerado em vias de classificação. Desde aquela data, e até então, nada foi feito para que aquele património fosse realmente reconhecido como mais um elemento enriquecedor do nosso concelho e da nossa história.
Tal arquitectura, senhorial de seu nome, remonta aos séculos XVII e XVIII, e coincide com a época áurea da aristocracia rural, dela sendo características as casas grandes e as quintas que os “senhores” detinham na terra natal para passar férias ou comemorar algum evento extraordinário, sendo que, por vaidade ou exigência social, viviam nas grandes cidades ou na corte em Lisboa. No caso concreto da nossa vila, existem referências aos condes de Odemira (mais tarde duques de Cadaval), seus donatários e, como o próprio nome indica, grandes proprietários.
De qualquer maneira, não deixa de ser classificável e é disso mesmo que estamos à espera, há já muito tempo.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

VALERÁ A PENA CONFIAR NA ETIQUETA?

Ainda existem casos, e não tão poucos como isso, de pessoas que, à margem das regras impostas pelo mercado, cultivam a sua hortaliça, criam o seu porco, fazem o seu vinho e, depois vendem. Aparentemente, tudo aquilo que produzem é para seu consumo mas a realidade não é essa. Existem pessoas que, com capacidade de produzir para além daquilo que consomem, ainda conseguem vender os seus produtos aos mais devotos apreciadores do sabor natural daquilo que a terra nos dá. Ilegal ou não, o que é certo é que, o número de pessoas que recorrem aos pequenos agricultores, aumenta de dia a para dia, a ponto de fazer daquela actividade uma prática bastante lucrativa. Algumas das pessoas que adquirem tais produtos são, além de esclarecidas, profissionais da restauração que, em vez de optarem por consumir aquilo que vendem, preferem deliciar-se com aquilo que consideram mais autêntico e menos prejudicial. Claro que estamos a falar de produtos não certificados, isento de corantes nem conservantes mas, a julgar por quem as consome, não podemos achar que são produtos de má qualidade.Seja queijo, seja carne, seja fruta seja vinho, se forem adquiridos em locais licenciados para o efeito, encontram-se saturados (para não dizer contaminados) com corantes e conservantes o que só por si os torna execráveis, mas consumíveis, pelo menos à luz da legislação em vigor.Se for conhecido um pequeno agricultor, com um bom boi para matar, um bom vinho para vender ou um queijo produzido pelo seu rebanho para experimentar, então, sem qualquer sombra para dúvidas, tudo aquilo que produziu está vendido por natureza. Diz quem sabe (e compra), que o sabor é inconfundível e autêntico, nada comparável com aquilo que nos oferecem já embalado e rotulado. Mas não se pode dizer a ninguém porque a qualidade já não se vende ao público.É um paradoxo, não é?

domingo, 24 de dezembro de 2006

MORREU UM SANTO, PARA QUANDO A BEATIFICAÇÃO?

Há poucos dias, confortavelmente instalado na sua casa de campo em Bucalemu, Chile, morreu um dos mais cruéis assassinos de que há memória. À custa de ideias liberais, conseguiu manter-se no poder com o apoio do E.U.A. e de uma “quadrilha” de homens sanguinários. Ordenou fuzilamentos, espancamentos, mutilações, afogamentos, electrocussões a mais de 3 milhares de inconvenientes. Por causa disso e para se tornar intocável, auto nomeou-se senador vitalício, conseguindo escapar ao julgamento e à prisão e, provavelmente, a uma morte tão digna quanto aquela que infligiu aos que se lhe opunham.Detesto pessoas que se julgam acima da moral, que se acham senhores do destino dos seus compatriotas, que se escondem por detrás de “Leis”, de sua autoria, com o objectivo único de se protegerem a si e aos seus seguidores.Ironicamente, morreu no Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Bem feito…

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

A PRIMEIRA ZIF

Foi criada, no passado dia 9 de Dezembro, a primeira Zona de Intervenção Florestal, assim designada por se tratar de um importante instrumento de gestão e ordenamento do território. Tem como objectivo principal, a valorização do património florestal e a minimização de riscos ligados aos incêndios florestais. Situa-se no concelho de Oliveira do Hospital, bem perto de nós portanto, e é atravessada pelos rios Alva e Alvoco. Esta iniciativa, que conta com o envolvimento de nove freguesias daquele concelho, é o primeiro passo para a organização do minifúndio florestal, tão frequente no nosso país, por forma a permitir o sucesso das políticas na área da prevenção, diminuindo assim o risco de incêndios florestais que tanto nos afectam durante o tempo quente.
É interessante a iniciativa do governo nesta área, tanto mais que se trata de uma tentativa de responsabilização dos proprietários de pequenas parcelas de terreno florestal, normalmente desprezadas por não terem grande rentabilidade e por se encontrarem localizadas em zonas de difícil acesso.
Vamos a ver se resulta e se tal iniciativa é gradualmente aplicada às demais zonas florestais que (ainda) existem do nosso país.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

COMO EVITAR O AQUECIMENTO GLOBAL


Segundo estudos efectuados recentemente, uma família média, composta por um casal e dois filhos, apesar de todos os cuidados que terá para não gastar energia em excesso, lança anualmente para a atmosfera cerca de 5 toneladas de CO2. Não deixa de ser preocupante, uma vez que aquele gás contribui para o aquecimento do planeta, quando libertado em excesso, naturalmente, porque deixa passar a radiação que vem do sol e, ao mesmo tempo, retém a radiação que a Terra emite. Quando em grande quantidade, o CO2 provoca o aumento do conhecido “efeito de estufa”, impedindo que a radiação emitida pela Terra vá para além das camadas mais baixas da atmosfera, provocando um aquecimento global e um inevitável aumento das temperaturas, com o consequente aparecimento de alterações climáticas globais, como, por exemplo, a subida do nível das águas do mar, o aumento da precipitação, o degelo das calotes, polares etc.
Os nossos hábitos têm que, inexoravelmente, mudar, pois só assim poderemos todos contribuir para a redução daquelas emissões. Desde a iluminação ao aquecimento, desde a televisão ao computador, tudo contribui para que as quantidades de CO2 libertadas disparem anualmente. O simples gesto de desligar a televisão, não a deixando em “standby”, evita que, por aparelho, sejam lançados anualmente 1,7 kg de dióxido de carbono por ano para a atmosfera. Imagine só que tal actuação é levada a cabo por milhões de pessoas em todo o mundo. Já reparou quantos quilos daquele gás são libertados? Dá que pensar, não dá?

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

SUCATA VERSUS PATRIMÓNIO


Por interesse e, confesso, um pouco de curiosidade, desloquei-me ao Casal de Santo Amaro, em Penacova, a fim de observar os Fornos da Cal que, há bem pouco tempo, foram alvo de uma intervenção recuperadora que, em minha opinião, foi bem sucedida, tendo em conta o meu parco conhecimento acerca dos assuntos da restauração do património. Tudo muito bem até aqui, uma vez que estava perante um conjunto considerável de infra-estruturas que, na sua época, significavam o ganha-pão para muitas famílias daquela localidade e não só, porque, naquele tempo, tudo se fazia à custa da força dos braços e, a bem dizer, todos eram poucos para tamanha empresa.Só que, ao olhar para um dos lados, e para espanto meu, reparei que, mesmo ali ao pé, se encontrava uma outra atracção, só que, desta feita, pela negativa. A poucos metros do local, alguém pouco sensibilizado para estas coisas do património, autorizado ou não, por outros ainda menos sensibilizados, achou ideal aquele amplo espaço, para dali fazer um depósito de viaturas em fim de vida ou já sem vida alguma. Não compreendo como é que uma autarquia que, por um lado, promove o turismo com base na beleza e na riqueza natural da sua terra e com base na preservação dos locais que outrora serviram para o exercício das actividades produtivas, gastando milhares de euros na sua recuperação e reabilitação, por outro, permite a existência, junto às coisas que elege como ex-libris, de outras que ferem a paisagem e os olhos de quem nos visita.É arrepiante e entristecedor.

sábado, 16 de dezembro de 2006

CURIOSIDADES DE NATAL


Independentemente de dele gostar ou não, de nele participar ou não, de o cultivar ou não, o Natal não deixa ninguém indiferente. Ou pelas ruas iluminadas, ou pelas músicas características, ou pela corrida às compras, enfim, entra-nos no dia-a-dia sem que, contra isso, possamos fazer alguma coisa. Questionamo-nos acerca da sua utilidade, da sua franqueza, do seu respeito pelo verdadeiro Espírito de Natal e nem sempre obtemos as respostas que procuramos. Contudo, nesta quadra não deixa de haver uma mensagem de harmonia e esperança entre os povos, as gentes e as famílias. Por simples curiosidade, folheei um livro editado em 2004 pelo Centro de Informação Europeia Jacques Delors e não resisti à tentação, coisa que não deve existir no Natal, de aqui vos apresentar algumas curiosidades interessantes.
Por exemplo, sabia que o Natal a 25 de Dezembro, foi instituído pelo papa Júlio I, no século IV, uma vez que, até ali, e durante 3 séculos, era festejado em princípios de Janeiro. Sabia que o Pai Natal teve origem na figura de São Nicolau, homem rico, bom e inteligente que nasceu em Pratas, Ásia Menor, há cerca de 700 anos e que, quando visitava as famílias pobres deixava, ao sair, moedas nos sapatinhos das raparigas, para que pudessem tratar do enxoval, quando se casassem. Ou que o Presépio nasceu em 1223, por iniciativa de São Francisco de Assis, quando decidiu pintar um cenário dentro da igreja que lembrava o estábulo onde Cristo terá nascido, tornando-se, assim, a partir do século XVII, elemento indispensável nas igrejas e nas casas das famílias. E que a Árvore de Natal surgiu do hábito que os romanos tinham no Inverno em enfeitar as casas com ramos de pinheiro e de azevinho, para que os espíritos da floresta ali encontrassem refúgio enquanto aguardavam a Primavera.
Simples curiosidades que nos dão a conhecer a "rica" história da nossa civilização que, quer queiramos quer não, fazem parte da nossa cultura, e nos identificam perante os demais, com todas ilusões criadas à volta desse mito que é o nascimento de Cristo que, para o bem e para o mal, é uma realidade incontornável, nunca esquecendo, claro, que é NATAL.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

SOCIEDADE DE PROPAGANDA E PROGRESSO DE PENACOVA

Em 15 de Setembro de 1972, um grupo de homens bons da nossa terra, constituíram uma associação a que deram o nome de Sociedade de Propaganda e Progresso de Penacova, com o intuito de, entre outros, “estimular o espírito de solidariedade que deve existir entre todos os cidadãos em geral e muito particularmente entre a população do concelho de Penacova e todos que a ele se encontram ligados por afinidade ou simpatia”.
Desde essa altura, aquela associação conheceu altos e baixos, organizou festividades que muito dignificaram a nossa terra e, como tudo nesta pequena vila, deixou de pôr em prática os motivos que levaram ao seu aparecimento.
Num artigo dos seus estatutos, pode ler-se, por exemplo, o seguinte: “à Sociedade…cabe pugnar pelo desenvolvimento das instituições de carácter cultural, recreativo e desportivo existentes e fomentar a criação de novas instituições que pela sua natureza e finalidade, possam contribuir para o desenvolvimento intelectual da população e enriquecer o património turístico, cultural, artístico e desportivo do concelho”. Era com ela que se pretendia ainda mais, dinamizar uma sociedade já por si dinamizada.
Porém o esforço daqueles que a criaram em nada resultou. Actualmente, a Sociedade de Propaganda e Progresso de Penacova está moribunda, apenas existindo no papel. Tem a sua Direcção, a sua Assembleia-Geral e o seu Conselho Fiscal mas não reúne, não projecta, não muda. Mantém-se como tudo o resto nesta vila, esperando por melhores dias ou que outros, mais ousados, se ocupem dos seus destinos. Contudo, convém frisar que, aquilo que pretendeu salvaguardar com a sua criação, contínua a necessitar de ser protegido. Portanto, além de ser algo visionária para a época, continua perfeitamente actual nos seus propósitos, a ponto de valer a pena ser reabilitada.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

SAUDADES DO VINIL

Há dias, numa grande superfície comercial de Coimbra, com bastante gente a andar de um lado para outro, parei junto a uma montra que me chamou a atenção. Numa das suas prateleiras, encontrava-se um gira-discos, com prato vermelho, braço com agulha SHURE e com umas luzinhas azuis que lhe davam um ar requintado que, de imediato, me transportaram ao meu passado musical. Lembro-me das infindáveis horas de gravação que fazia para as cassetes “BASF – Ferro-Chrome Extra”, que iria ouvir no meu carro, e do cuidado que era necessário ter, para não riscar o vinil acabadinho de comprar na discoteca “Iselindo”.
O contacto com aquele magnífico aparelho, manteve-se até mais tarde e de uma forma mais cúmplice. Na altura em que fazia programas na “Rádio Manchete”, o gira-discos é que mandava. Com ele, passávamos as nossas músicas preferidas, que outros indefectíveis ouvintes faziam questão de escutar regularmente. Hoje o danado do aparelho, já custa perto de 300 euros e, os discos de vinil que ainda tenho, vão ter que esperar mais um tempo para voltarem a rodar debaixo da agulha. Contudo, a esperança de ainda arranjar um não está perdida e, quando puder, lá vou eu ansioso para o comprar e, na volta, entusiasmado como um menino que ganhou a prenda que sempre quis. É o que nos fazem as recordações dos bons momentos.
Curiosamente, nessa mesma superfície comercial, numa das lojas dedicadas à música, e não só, que por lá existem, estavam a oferecer minutos de música em vinil. Era só chegar, ter um bocado de sorte na escolha, e o disco lá era colocado e ouvido, para gáudio dos apreciadores e de alguns afortunados

sábado, 9 de dezembro de 2006

FORJA: PATRIMÓNIO ESQUECIDO?


A história de cada terra e das suas gentes está indissociavelmente ligada às artes e ofícios que antigamente, e na falta de hipermercados, cada um levava a cabo, para contento dos que não se podiam deslocar para fora da sua terra. No nosso caso, é-nos familiar o barqueiro, do qual ainda vamos tendo algumas (pobres) referências, do sapateiro, do moleiro, do alfaiate e de tantos outros que podia referir e que, ainda hoje, continuam a laborar.
Penacova têm-se destacado na protecção e recuperação dos seus moinhos que, indubitavelmente, merecem o nosso maior carinho. Contudo, não nos podemos esquecer que outras actividades deixaram, até aos dias de hoje, os seus sinais e que, num caso ou noutro, vale a pena analisar, pois poderão vir a ser um pólo de atracção turística, ou não, tanto mais que se inserem numa zona histórica, recentemente recuperada ou, em vias de o poder vir a ser.
Ao passar junto à forja que existe próximo da Costa do Frio, em Penacova, não pude deixar de reparar que a mesma se encontra à venda e, pelo que fiquei a saber, há já alguns meses, sem que nenhuma entidade tenha, aparentemente, demonstrado interesse em adquiri-la.
Será que não valeria a pena tentar recuperar um património que, além, de ser de todos, ainda pode vir a enriquecer mais ainda o nosso centro histórico e ensinar aos nossos filhos a respeitar a sua identidade, as suas raízes e o seu património
?

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A ESPERANÇA (DA CURA) AQUI TÃO PERTO

Quando ouvimos falar em doenças oncológicas, depressa nos vêm à ideia aquelas sessões horríveis de quimioterapia, as consultas intermináveis e, por fim, a cura ou o desengano. Todos nós conhecemos pessoas que, corajosamente, conseguiram vencer a doença e hoje vivem uma vida normal, embora bastante regrada e outras que, infelizmente, não conseguiram e a doença foi mais forte. Saiba que em Portugal são diagnosticados 37 mil casos de cancro por ano, sendo que os mais frequentes são o do cólon e do recto, e que, quanto mais precocemente for detectado, maiores são as probabilidades de cura.
Esta postagem justifica-se porque, há relativamente pouco tempo, a revista semanal "Sábado" publicou um fascículo dedicado a este tipo de doenças e, curiosamente, elegeu como os mais bem preparados para lidar com elas, os Hospitais da Universidade de Coimbra. É bom saber que, bem perto de nós, existe um conjunto de estabelecimentos hospitalares, apetrechados com o que de melhor existe no mundo, e equipas de técnicos altamente qualificados, que trabalham afincadamente para melhorar a nossa qualidade de vida. Só esperamos nunca virmos a precisar deles.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

PENACOVA, A FEBRE DA SÁBADO À NOITE



Imagine-se na década de 50, com 20 anos e sem saber onde passar o serão. Naquela altura e depois de algumas horas no casino, complicado era decidir qual dos locais escolher para mostrar os seus dotes de dançarino pois, tanto no "Grémio" como no "Clube", actuavam duas das bandas que mais se destacavam no cenário musical da altura. A "Estrela do Ritmo" e o "Trio Maravilha" davam magia à noite, cada um com o seu estilo, mas ambos com interpretações magníficas, pelo menos a julgar por aqueles que, na primeira pessoa, viveram esses momentos intensos da noite penacovense. Desde o Tango ao Passodoble, desde o Swing ao Rock, desde as Rumbas ao Foxtrot, desde os Boleros aos Slows. Enfim, numa noite daquelas tudo se dançava a um ritmo louco até de madrugada. Eram assim as noites de Penacova. Bem frequentadas, bem divertidas e, ás vezes, bem violentas, dada a rivalidade entre aqueles que organizavam as festas. Até já me está a começar a bater o pé.

domingo, 3 de dezembro de 2006

O EDIFÍCIO DOS CORREIOS


Existem umas coisas que me fazem mais confusão do que outras, ainda que perfeitamente justificáveis à luz de outras políticas. Porque razão é que um edifício de tão grandes dimensões, com garagens, habitação, salões, salas e salinhas, com tanto espaço envolvente, integrado numa zona histórica, em franca renovação, tem apenas a funcionar um balcão de atendimento, com cerca de 100 metros quadrados, onde se encontram, por norma, 3 competentes funcionários? Será que aquele espaço não poderia ser reaproveitado? Será que não existiriam serviços que poderiam funcionar naquelas salas imensas e devolutas? Será que aqueles serviços não poderiam ser transferidos para outro local? Será que não poderia ser implodido para dar lugar a um espaço arborizado e ajardinado, com parque infantil, com bancos de jardim, com fontes e, acima de tudo, com uma deslumbrante vista para o Mondego?

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

PÉRGULA, O JARDIM DAS TRASEIRAS


Todas as Vilas, sede de concelho e não só, orgulham-se em ostentar os seu jardins, os seu parques e os seus monumentos para deleite de quem as visita. Penacova, como não poderia deixar de ser, foge à regra. E foge à regra porque, o único jardim digno desse nome que tem, funciona como armazém de cadeiras, mesas e chapéus, sinais de um tempo mais quente, e à espera de melhores dias. Não percebo o motivo porque ainda ali permanecem, tanto mais que estamos no Inverno, não se perspectivando por isso que, nos tempos mais próximos, venham de novo a ser utilizados. Será necessário manter toda aquela “mobília” naquele local?Será que quem chega a esta terra e pretenda desfrutar daquela bela paisagem, é obrigado a dar de caras com os sinais do Verão que lá vai, ou será que faz parte do cartão de boas vindas e não pode ser armazenado num lugar qualquer, menos visível a quem nos visita.Mais um sinal de desprezo…