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terça-feira, 26 de dezembro de 2006

VALERÁ A PENA CONFIAR NA ETIQUETA?

Ainda existem casos, e não tão poucos como isso, de pessoas que, à margem das regras impostas pelo mercado, cultivam a sua hortaliça, criam o seu porco, fazem o seu vinho e, depois vendem. Aparentemente, tudo aquilo que produzem é para seu consumo mas a realidade não é essa. Existem pessoas que, com capacidade de produzir para além daquilo que consomem, ainda conseguem vender os seus produtos aos mais devotos apreciadores do sabor natural daquilo que a terra nos dá. Ilegal ou não, o que é certo é que, o número de pessoas que recorrem aos pequenos agricultores, aumenta de dia a para dia, a ponto de fazer daquela actividade uma prática bastante lucrativa. Algumas das pessoas que adquirem tais produtos são, além de esclarecidas, profissionais da restauração que, em vez de optarem por consumir aquilo que vendem, preferem deliciar-se com aquilo que consideram mais autêntico e menos prejudicial. Claro que estamos a falar de produtos não certificados, isento de corantes nem conservantes mas, a julgar por quem as consome, não podemos achar que são produtos de má qualidade.Seja queijo, seja carne, seja fruta seja vinho, se forem adquiridos em locais licenciados para o efeito, encontram-se saturados (para não dizer contaminados) com corantes e conservantes o que só por si os torna execráveis, mas consumíveis, pelo menos à luz da legislação em vigor.Se for conhecido um pequeno agricultor, com um bom boi para matar, um bom vinho para vender ou um queijo produzido pelo seu rebanho para experimentar, então, sem qualquer sombra para dúvidas, tudo aquilo que produziu está vendido por natureza. Diz quem sabe (e compra), que o sabor é inconfundível e autêntico, nada comparável com aquilo que nos oferecem já embalado e rotulado. Mas não se pode dizer a ninguém porque a qualidade já não se vende ao público.É um paradoxo, não é?