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sexta-feira, 27 de abril de 2007

PREVENÇÃO RESERVADA



A ameaça dos fogos florestais e o medo com que os encaramos, não cessam de nos incomodar. Todos os anos por esta altura, e sobretudo quando ouvimos o tocar das sirenes, ficamos sempre com receio que o incêndio seja de grandes proporções a ponto de nos prejudicar directamente, pois indirectamente já sabemos que seremos sempre penalizados.
Todos temos plena consciência da necessidade de colaborarmos na prevenção e no combate a esse flagelo que, ano após ano, nos teima em bater à porta. Seja provocado por mentes desequilibradas ou por fenómenos naturais, o certo é que cada vez ocorrem com mais frequência e com maiores dimensões.
A pensar nessa inevitabilidade, a nossa autarquia pôs mãos à obra e construiu duas reservas de água para apoio ao combate a incêndios, uma situada em Carvalho com capacidade para cerca de 1500m3 e outra situada na Ponte da Mata com capacidade para cerca 2000m3. Ambas se encontram estrategicamente posicionadas, junto a uma das maiores manchas florestais de que ainda dispomos, e prontas a ser utilizadas, podendo oferecer cerca de 3500000 litros daquele indispensável líquido.
É bom poder contar com tão preciosa reserva pois, quando a coisa aquece, todos os pontos de reabastecimento são poucos e quanto mais próximos estiverem das zonas mais sensíveis, melhor capacidade de resposta pode ser dada no "teatro de operações" pelos agentes da protecção civil.
É certo que ainda não começou a fase crítica mas, para prevenir, não parecia nada mal que ambas já estivessem na sua capacidade máxima, não vá o diabo tecê-las e Abril não seja de águas mil.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

AULA A CÉU ABERTO


Desde que foram construídos que a situação invariavelmente se repete. Com o aproximar dos meses mais quentes, lá nos deparamos com o inevitável e desagradável cheiro proveniente das águas residuais que, por gravidade, escorrem pela parede que suporta os colectores que a foto documenta e que se encontram mesmo junto a uma das estradas de acesso ao agrupamento vertical de escolas de Penacova.
Tal situação não chocará os alunos que frequentam os estabelecimentos de ensino que fazem parte daquele agrupamento, pois trata-se de uma realidade que alguns deles encontram quando para lá entram e que os acompanha até de lá saírem.
Talvez o objectivo seja o de mostrar aos estudantes para onde vão parte das águas residuais produzidas nas escolas que frequentam, a forma como se deslocam a céu aberto e o cheiro que produzem antes de receberem o tratamento adequado.
Para os alunos ficarem ainda mais bem elucidados, os responsáveis pela manutenção de tais infra-estruturas podiam colocar uns painéis onde se encontrasse descrita a composição química de tais efluentes e, em destaque, os malefícios que provocam no ambiente, designadamente nos lençóis freáticos que por ali abundam.
Dessa forma, contribuíam para o esclarecimento e a indignação daqueles que diariamente por ali passam para frequentar, imagine-se, uma instituição que os educa e lhes ensina, entre outras coisas, a não poluir e a respeitar o ambiente que os rodeia e a contribuir para o equilíbrio do seu habitat e no nosso planeta.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

NOTA-SE


Nos anos 30 do século passado, o Terreiro, em Penacova, tinha este aspecto. Reconhece-se o actual edifício do Tribunal e uma parte do edifício que hoje acolhe a sede da nossa autarquia o qual, naqueles idos tempos, foi escola e hospital.
Parece que foi tirada a um domingo, pois os fatos e os chapéus que os transeuntes usavam aparentavam ser os melhores.
Talvez um fim de missa, seguido de uma reunião ao ar livre que, antes de almoço, ocorria no local mais importante da vila.
É curioso observar que ter um cão era, à primeira vista, algo vulgar. Sinal provável de uma maior proximidade para com eles ou de uma maior necessidade de protecção ou, quem sabe, um sinal de status.
A pérgula Raul Lino ainda não existia e o terreiro era revestido a terra batida. As árvores, em maior número, foram crescendo e ornamentaram um
jardim ainda mais bonito que acabou por sucumbir ao avanço descaracterizador do progresso e à provável falta de bom senso dos homens.
Hoje tudo está mudado, mais movimentado, mais desengraçado, nota-se a falta de um jardim mais abrangente, mais imponente, mais presente, mais atraente.
Pode ser que sim, que um dia o tenhamos de volta.

terça-feira, 17 de abril de 2007

TERAPIA CHOCANTE




Ao contrário de outros países da União Europeia e do mundo, Portugal preferiu apostar mais suavemente na campanha antitabágica quando, em vez de colocar imagens nos maços de cigarros como as que ilustram este texto, preferiu persuadir os fumadores a deixarem de fumar através de pequenos avisos com os quais pretende informá-los dos malefícios provocados pela inalação do fumo do tabaco.
Talvez por continuarmos a ser um país de “brandos costumes” é que, quem decide achou que, provavelmente, os fumadores iriam ficar extremamente chocados com as imagens apostas nos maços de tabaco, deixando assim completa e repentinamente o vício de fumar.
Por temerem, que tal medida se traduzisse numa quebra substancial de rendimentos e num quase certo aumento de impostos para compensar a perda de tal fonte de receitas, é que não optaram pela transformação daquelas embalagens em pequenos álbuns de fotografias, potencialmente coleccionáveis.Por mim, abstémio há relativamente pouco tempo, confesso que me custaria imenso comprar um pacote de cigarros que exibisse uma fotografia onde posassem vítimas dessa horrível dependência, mesmo que para evitar esse constrangimento, tivesse que, a toda a pressa, colocar os cigarros numa discreta e agradável cigarreira. Ao agir dessa forma, apenas conseguiria "tapar o sol com a peneira", pois continuava a fumar recusando admitir que me estava a envenenar.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

E PORQUE NÃO?

Andar de bicicleta como forma de relaxar é um dos hobbies que mais se seduz, embora não o pratique com a frequência que desejaria.
Com cada vez mais regularidade, vejo inúmeros aficionados dessa modalidade, de todas as idades, sobretudo ao Sábado e ao Domingo de manhã, a aproveitarem a planura, tanto da "estrada da beira" como da “estrada verde” cujos traçados serpenteiam as margens do nosso rio para, quase sem esforço, a percorrerem dezenas de quilómetros sempre acompanhados por uma fresca sombra e por uma bela vista sobre o Mondego.
Apenas um senão em toda esta idílica descrição, não existe sinalização alguma a informar da frequência com que alguns troços daquelas vias são utilizados por aqueles cicloturistas os quais, perante tal ausência podem, ainda que inadvertidamente, ser vítimas de um acidente de viação provocado por alguém que habitualmente por elas não circule.
Claro que podem dizer que não existem pistas para cicloturismo nem numa nem noutra das referidas vias e que, por tal facto, não há justificação alguma para que as mesmas estejam sinalizadas com essa informação.
Pois bem, nesse caso podiam pensar em criá-las, pois aquelas estradas estão mesmo à espera de acolher tal mais valia turística mas, claro, para que isso aconteça é necessário estar atento ao que temos para descobrirmos a utilidade que lhe podemos e devemos dar.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

QUERIDAS ARANHAS

Até aqui, encontrar aranhas em casa era sinónimo de dinheiro, coisa que nunca associei à verdade porque, no meu caso, o adágio não se verificava. Contudo, se é um daqueles que convive bem com a presença de aracnídeos e ainda por cima sofre de impotência sexual, então o seu problema está (aparentemente) resolvido, não que o dinheiro que era suposto existir com o aparecimento de aranhas fosse suficiente para lhe solucionar tal patologia mas, a julgar pelas recentes declarações de um urologista israelita, tais seres vivos produzem um veneno que, quando em contacto com o sistema nervoso, provoca uma dilatação das artérias e, como é bom de ver, um consequente aumento do fluxo sanguíneo naquela zona que os homens tanto prezam e as mulheres (e alguns homens) tanto adoram.
Se realmente se confirmar a eficácia de tal método de combate à impotência, acabaram-se as idas à farmácia em busca do “milagroso” comprimido azul ou até mesmo os riscos de ataque cardíaco naqueles que “vão com muita sede ao pote”.
Em vez disso, e caso sofra com tal insuficiência, estime as aranhas que tem em casa, trate-as principescamente e, se possível, convença-as a convidar as amigas para visitarem a sua residência e nela se fixarem, porque nunca se sabe quando é que ali não terá o remédio para o seu problema e para o dos outros.Deve contudo, em minha opinião, guardar só para si esse segredo, não vá a sua parceira ser uma
viúva negra.

terça-feira, 10 de abril de 2007

TURISMO RELIGIOSO

A Semana Santa, que agora terminou, protagonizada pela Igreja Católica, foi recheada de emoções religiosas que convidaram os fiéis a publicamente manifestarem a sua devoção e a sua crença.
A adesão por parte dos católicos praticantes (de ocasião e não só) é uma realidade notória e incontornável. São muitos os que se deslocam das várias localidades do concelho a que pertencem, para assistirem e participar nos “cortejos” que a igreja católica faz questão de realizar.
Penacova não foge à regra. A sua Semana Santa envolve um grande número de indivíduos que, directa ou indirectamente, se sentem ligados a esta terra e àquela religião.As procissões apelam à participação de todos aqueles que nelas vêm uma forma de se aproximarem do seu guia espiritual, funcionando igualmente como forma de afirmação por parte da igreja católica e também como forma de ela própria, manifestar a sua influência junto da comunidade em que se encontra inserida.
Dúvidas não existem em considerar que tais momentos são mobilizadores de um grande número de apreciadores e curiosos, que emprestam às terras que visitam um movimento anormal.Não são poucas as localidades que exibem como cartaz turístico as suas “semanas santas”, com as suas “monumentais” procissões. A par dessa promoção, existem inúmeras agências de viagens que exploram esse fenómeno para com ele lucrar e para, através dele e com a eventual anuência da entidade promotora, dar a necessária moldura humana ao evento.
É fácil concluir que a Páscoa, tanto em Penacova como em outra localidade, ultrapassou a barreira do religioso, passando a ser considerada como mais uma manifestação de folclore, indissociavelmente ligada à história de um povo e capaz de competir com qualquer outro evento de cariz cultural onde, curiosamente, os espectadores são os mesmos o que, por essa via, poderá ser considerada como parte integrante do património de uma comunidade e um espectáculo a preservar.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

O PIONEIRO DA INFORMAÇÃO


Ao ritmo com que se assiste à criação blogues em todo o mundo, cerca de 3 por segundo, não admira que o mais antigo jornal conhecido, o sueco Post-och Inrikes Tidningar, em publicação desde 1645 tenha, desde o passado dia 1 de Janeiro, trocado definitivamente o formato em papel pelo formato web.
Aos poucos vão desaparecendo os jornais que, sem estranheza, vemos pendurados nos quiosques e também, por arrastamento, o hábito de lermos, de fugida, as manchetes que neles mais nos chamam à atenção para, em vez disso, os passarmos a ler comodamente sentados num qualquer local com acesso à internet.
É mau para as editoras que, por essa via, ficam sem uma das suas, senão a única, fonte de rendimentos.É mau para os vendedores de castanhas porque assim ficam sem papel para fazer os embrulhos que tão facilmente enrolam.É mau para o ambiente porque aumenta o consumo médio de energia eléctrica por habitante.É mau porque se perde o hábito de ler o jornal na esplanada, o que às vezes tem as suas vantagens, porque assim não temos que estar à espera que um acabe de o ler para que outro comece, até que chegue a nossa vez.
É bom para o ambiente porque, por um lado, não se abatem anualmente milhares de árvores e por outro, porque desaparecem os jornais do dia anterior, esquecidos nos mais variados sítios, nem sempre nos mais apropriados.É bom para quem sempre quis ter um computador e nunca achou que tinha motivo para o comprar.É bom para quem fabrica e para quem vende computadores.
É bom para os locais onde se escreve, por exemplo, sobre, Penacova, Portugal e o Mundo.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

O FIM DA QUARESMA

Desde meados dos anos sessenta que uma "laboriosa" comissão, programa o jogo entre os solteiros e os casados, não que tal tarefa careça de muita preocupação mas é assim há 43 anos no "sábado de aleluia".
O “sábado de aleluia” é, no fundo, o antecipar do fim da Quaresma, é o fim do período de privação a que todos os católicos, e alguns protestantes, se submetem, sendo por isso festejado com grande alegria e alguns excessos.
Por cá, e como forma de festejar o fim desse período, fazia-se um jogo de futebol no Campo da Serra e depois um jantar, seguido de um bailarico onde cada um, à sua maneira, “tirava a barriga de misérias”.
Ainda hoje é assim, mas a cores, não a preto e branco, como retrata a foto de 1965, talvez uma das primeiras que perpetuam tão engraçado acontecimento.
Que continuem por mais 40.