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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

PRESOS AO VÍCIO E SEM "HABEAS CORPUS"


Em França, a partir do dia de hoje, foi imposta a proibição de fumar em locais públicos. Tal medida vem juntar-se às já tomadas por alguns países europeus.
Tudo muito bem até aqui. Acho inclusivamente que o vício de fumar deve ser combatido eficazmente e a todo o custo, porque o cigarro é um mal para a saúde pública, prejudicando, não só os que fumam, mas também os que não fumando, os rodeiam. Além disso, tal vício é um encargo, cada vez maior, para o erário público, porque são cada vez mais os gastos com os tratamentos das doenças por ele causadas.
O que me causa estranheza, é que o Estado, como garante da defesa dos direitos dos cidadãos, da sua protecção face às mais diversas adversidades e ameaças, como pessoa de bem que é e que diz ser, não adopte uma posição que levasse ao fim de um dos mais graves malefícios da nossa sociedade. Em vez disso, continua a deter o monopólio da venda do tabaco, arrecada os lucros com a sua venda e, ainda por cima, onera pesadamente a carga fiscal que sobre ele incide, por outras palavras, explora o vício que incute aos fumadores.
Não seria mais fácil proibir a venda de cigarros, combatendo a eventual venda ilícita dos mesmos, com a mesma ferocidade com que combate o tráfico das drogas. Dessa forma, requalificava os trabalhadores da tabaqueira e contribuía para a saúde do seu povo. Essa sim, era uma posição digna de um Estado que respeita e protege os seus cidadãos.