Os mais recentes acontecimentos que mancharam, desta vez, o futebol italiano, e dos quais resultou a morte para 1 pessoa e ferimentos para outras 70, trouxeram-me à memória a trágica partida de futebol entre o Liverpool e a Juventus, nos quartos de final para a "Copa dos Campeões" de 1985 no estádio do Heysel em Bruxelas.Naquela altura, ambas as claques se envolveram em confrontos que provocaram a morte a 39 adeptos que, infelizmente, estavam à hora errada no local errado. O holiganismo estava no auge e quase tudo era permitido, desde que não se passasse dentro das 4 linhas.Mais recentemente, a “mediática” cabeçada que Zidane deu a Materazzi na final do último Mundial de futebol entre França e Itália veio demonstrar que, mesmo no relvado, existe violência gratuita, levada a cabo por quem é (e deve ser) um exemplo para milhares, senão milhões de jovens, por esse mundo fora.No segundo caso, os clubes ingleses foram impedidos de jogar nas competições europeias durante cinco anos, excepto para o Liverpool, que ficou impedido por seis.No terceiro caso, o “menino”, já em fim de carreira, quase teve honras e Estado, por defender, segundo ele, a honra da sua querida mãe.No primeiro caso, todas as equipas italianas foram impedidas de jogar, “sine die”, até que alguém competente decida realmente o que fazer perante tamanha demonstração de violência.Todos os três acontecimentos foram mediaticamente acompanhados, apreciados e comentados por graúdos e miúdos que, mais uma vez, assistiram à mais primária, mais selvagem e mais repudiante face do futebol.Tirando os espectáculos, que raramente se vêem nos campos de futebol, onde verdadeiros mestres da bola, conseguem fazer o impossível para, através da técnica, da destreza e inteligência, conseguirem “enganar” o adversário, o futebol é podridão.Os casos de corrupção inundam os tribunais e os telejornais, as transferências milionárias fazem corar qualquer Azevedo e os actores nem sempre se comportam como uns ídolos que realmente são e julgam ser.O importante é o aspecto exterior, as garinas, os bólides, a vestimenta. Porque, o futebol, aquele que pela camisola se joga, é para os pobres do desporto, que não conseguem mais do que duas t-shirts, dois pares de calções e um par de chuteiras que há-de servir para os treinos e para os jogos oficiais.Mas esses sim, esses é que jogam o verdadeiro futebol, com muito menos adeptos mas com muito mais alma.Era nesse exemplo que, na sua maior parte, os jovens se haviam de rever