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sábado, 4 de agosto de 2007

HOSTILIDADES - O INÍCIO (?)

Aníbal Cavaco Silva vetou o diploma que o Governo pretende aprovar e que procura alterar os Estatutos do Jornalistas. Tal como referiu, decidiu não promulgar aquele diploma, com base nestes fundamentos .
Relativamente à não recondução de Dalila Rodrigues como directora do Museu Nacional de Arte Antiga, o Presidente da Republica referiu que o país não se pode dar ao “luxo de prescindir dos que revelaram já as suas altas qualificações e que deram provas das suas responsabilidades", dizendo ainda ter ficado "muito surpreendido com a notícia" porque conhece "muito bem o trabalho da dra. Dalila à frente do Museu Nacional de Arte Antiga".

Numa altura em que, por um lado, (tanto) se apela à necessidade de garantir os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, surge aquilo que se considera ser uma ameaça ao exercício da profissão de jornalista, designadamente quanto à quebra do sigilo profissional, aos requisitos de capacidade para o exercício da profissão e ao regime sancionatório instituído e por outro se apela (tanto) à necessidade de premiar a competência em detrimento da antiguidade na administração pública, acho que foi muito bem vinda a tomada de posição de Aníbal Cavaco Silva relativamente ao diploma vetado e relativamente à não recondução de uma funcionária do Ministério da Cultura que apenas apresentou bons serviços no lugar que ocupou até ser dispensada, facto que (até) levou ao aparecimento de uma petição em seu apoio.

São duas situações que poderão provocar algum mal-estar entre a Presidência da Republica e o Governo, e que me fazem lembrar o clima de hostilidade que se viveu na altura em que Cavaco Silva era Primeiro-Ministro e Mário Soares Presidente da Republica. Esperemos que seja apenas uma coincidência, que a situação seja pontual e que aqueles órgãos de soberania de dêem muito bem, pois, a não ser assim, fica-se com a sensação de que vem aí um longo ajuste de contas, o que nem calhava nada mal ao P.S.D., ansioso que está por voltar ao poder, numa altura em que se prepara para largar as muletas e começa a ver uma luz ao fundo do túnel para resolver as fortes lutas intestinas que o têm atormentado desde que está na oposição.